Coronavírus

Guedes diz que medidas anunciadas até agora equivalem a mais de 4,8% do PIB

Ministro afirmou que o governo vai anunciar rolagem de dívida de municípios e que não faltarão recursos para a saúde e para a economia

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de março de 2020 | 20:34
 
 
Paulo Guedes Marcello Casal jr/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou neste sábado que, a exemplo do que foi feito com os Estados, o governo vai anunciar rolagem de dívida de municípios. Guedes fez a declaração ao mencionar todas as medidas que o governo tem feito em reação aos efeitos na economia da pandemia de coronavírus. Guedes disse que, somando todas as ações anunciadas até agora, o valor equivale a 4,8% do PIB brasileiro

"Já supera os R$ 750 bilhões. Pode chegar a 5% do PIB", disse o ministro em videconferência com o presidente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, com o estrategista-chefe e chefe de análise da XP, Fernando Ferreira, e outros sócios da empresa no YouTube.

Guedes, disse que não faltarão recursos para a saúde e para a economia. A afirmação do ministro, desta vez, foi feita durante videoconferência realizada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e 40 membros do Conselho Superior Diálogo pelo Brasil.

O combate aos impactos da pandemia do coronavírus na economia foi o tema da reunião.

"Nenhum brasileiro será deixado para trás. Vamos liberar todos os recursos que a saúde necessitar e, da mesma forma, não deixaremos faltar liquidez na economia", assegurou o ministro.

Ele também descartou aumento de impostos neste momento. "A crise que estamos vivendo é transitória. Se aumentarmos impostos, quebraremos as pernas das empresas, o que vai impedir a retomada da economia mais adiante", ponderou o ministro.

Para Skaf, "o dinheiro tem que chegar nas mãos das empresas". Ele pediu ao ministro que a medida anunciada na sexta-feira (27) para financiar a folha de pagamento de pequenas empresas que faturam entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por dois meses seja estendida às demais companhias, menores e maiores.

Guedes disse aos empresários que um dos grandes desafios agora do governo é conseguir mais testes para a população. Em resposta ao ministro, os empresários se dispuseram a contribuir comprando exames para testar os funcionários e passar o excedente para o poder público.

"Vamos comprar 1 milhão de testes. Cerca de 70 mil serão para os nossos colaboradores e o restante vamos doar", disse o co-presidente do Conselho da Ambev, Victorio de Marchi.

Edgard Corona, presidente do Grupo Bio Ritmo/Smart Fit, também prometeu adquirir exames para seus funcionários e para a população. "Queremos inundar o Brasil de testes", disse Corona

Guedes disse que o ministro-chefe da Casa Civil, Braga Neto, foi destacado para cuidar da logística da distribuição dos exames doados pelas empresas.

Sobre as medidas sanitárias para contenção da propagação do vírus, Guedes disse que segue as recomendações do ministro da Saúde, Luiz Mandetta. "Estamos em isolamento", afirmou o ministro na videoconferência feita de sua residência no Rio de Janeiro.

Ele disse que o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro contra o isolamento da população foi um alerta do mandatário sobre a "segunda onda" da pandemia que vai derrubar a economia. "Ele está preocupado com a segunda onda, de depressão, de queda da economia", disse Guedes. "Estamos em democracia; presidente fez alerta, governadores administram do jeito que avaliam melhor", afirmou.