Covid-19

Pandemia: plataformas digitais ajudam a encontrar emprego e divulgar serviços

Uma das iniciativas é a plataforma #JobViral que conecta empregador e empregado e a outra é o Instagram Maria Marias que divulga serviços online

Por Natália Oliveira
Publicado em 20 de abril de 2020 | 14:25
 
 
A professora de ioga Ludmila Bigonha teve que adaptar seu trabalho e divulga as aulas online por uma plataforma no Instagram Arquivo Pessoal

Uma plataforma digital para juntar o empregado e o empregador e uma página no Instagram com divulgação de venda de trabalhos online se tornaram oportunidades para quem está desempregado ou perdeu vendas nesse momento de isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e consequente crise econômica.

Uma das iniciativas é a plataforma #JobViral que foi criada pela agência Listra para gerar oportunidades para quem está desempregado de tentar conseguir um emprego. Na plataforma quem procura trabalho pode cadastrar seu currículo e quem é empregador pode fazer uma buscas pelo profissionais que deseja. A ideia é unir empregador e empregado em um só lugar e facilitar para os dois.

"A aceitação foi ótima. Publicamos apenas nas nossas redes sociais (instagram, facebook e linkedin) e as pessoas já começaram a compartilhar imediatamente. Tivemos muitos comentários positivos, principalmente no Linkedin, elogiando a iniciativa. Também recebemos e-mails de pessoas agradecendo por termos criado a ferramenta. Nas primeiras 24h já tinha quase 200 cadastros. Agora já somos 800 pessoas cadastradas", conta Mariana Chebly Lima, CEO da Listra. 

A plataforma surgiu no último dia 6 de abril depois que a agência soube de diversas demissões, por causa do cenário econômico da pandemia.  A  #JobViral permite que o empregador encontre um empregado de forma segmentada, buscando por cidade, Estado e área de atuação. Ele pode pesquisar também pela última empresa ou última cargo que a pessoa exerceu.

"Nós mesmos, da Listra, já utilizamos a plataforma para buscar de candidatos para uma vaga de Social Media Jr. Já conversamos com dois candidatos que foram buscados lá. Mas não temos informação se alguém já conseguiu emprego através da plataforma", diz Mariana. 

O gerente financeiro e comercial Paulo Henrique Oliveira Bonfim, de 47 anos, cadastrou seu currículo no site. Ele ficou desempregado em 2018, mas a pandemia da Covid-19 agravou ainda mais sua busca por emprego. "A plataforma se tornou para mim uma esperança de conseguir alguma coisa. Se os donos de empresas procurarem por profissionais lá, eles vão me encontrar e eu posso ter uma oportunidade", considerou.

Instagram ajuda mulheres a divulgarem seu trabalho

Muito além do desemprego, alguns profissionais também ficaram com dificuldades em vender seus serviços que antes eram feitos de forma presencial como em lojas ou feiras que não estão funcionando ou até mesmo com atendimento presencial.

Pensando em ajudar essas pessoas foi criada a página do Instagram Maria Marias que divulga o trabalho de mulheres que trabalham de forma autônoma e informais. "São costureiras artesãs, artistas, professoras que possam dar aulas online e até mesmo profissionais que façam serviços que possam ser agendados para depois dessa fase de isolamento, como manicures, que são mulheres que estão tendo a renda muito impactada nesse momento", exemplifica Bárbara Caldeira, uma das idealizadoras do projeto.

Para ter o trabalho divulgado, as mulheres preenchem um formulário que fica disponível na página do Instagram. As informações são transformadas em peças de divulgação do serviço e postadas na rede de forma gratuita. "Isso facilita para que outras pessoas interessadas em apoiar o trabalho de mulheres tenham acesso a uma espécie de catálogo com produtos e serviços que essas trabalhadoras autônomas e informais estão oferecendo", complementa Bárbara.

A idealizadora do projeto explica ainda que a ideia de ajudar mulheres é por que muitas delas são mães solteiras e sustentam suas casa sozinha e por isso precisam dessa apoio. "Muitas são mães, sustentam sem nenhum auxílio suas famílias, e ficam ainda mais vulnerabilizadas em momentos como esse. Apoiar essas mulheres pra que elas continuem tendo renda nesse momento é uma maneira de garantir a esse grupo, que sofre constantes violências estruturais, inclusive a violência do desamparo, o mínimo de condições dignas para atravessar a pandemia", reforça Bárbara.

Pela página do Instagram já há clientes dando retorno positivo sobre alguns produtos. A professora de ioga, Ludmila Bigonha trabalhava em um estúdio dando aulas físicas e na quarentena teve que adaptar para as aulas online. "Como isso tudo é muito novo, não tivemos a adesão para a prática. Essa era minha única fonte de renda. Minha renda ainda está baixa, mas estou tendo um bom retorno dos alunos que estão fazendo. Essa divulgação vai dar maior visibilidade ao meu projeto", concluiu.