Além da folia

Magazine lista sugestões para quem não quer se jogar nos blocos

Shows de rock, livros de ficção e memória, discografia de música brasileira gratuita na internet e documentários são opções

Sáb, 22/02/20 - 03h00
"Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story” documenta a histórica turnê do cantor pelos Estados Unidos em 1975 | Foto: Netflix/Reprodução

Para quem é de rua, Belo Horizonte segue fervilhando até a Quarta-Feira de Cinzas. Mas sempre há os que preferem deixar as plumas e os paetês de lado em troca da companhia de um bom livro, uma série, um filme ou disco, enquanto a folia reina lá fora. 

A equipe do Magazine fez uma a lista pensando, especialmente, em quem opta por curtir outro tipo de Carnaval, que, se é menos agitado, não deixa de ser prazeroso e surpreendente, na medida em que a arte e a cultura também oferecem fantasia e muita aventura! Confira a seguir, então, alguns dos nossos destaques.

Rock para fugir do batuque

O Jack Rock Bar (avenida do Contorno, 5.623, Savassi) terá uma programação dedicada ao bom e velho rock’n’roll. Hoje, tocam as bandas Radio Queen, dedicada à trupe de Freddie Mercury, e Rocknights, com clássicos de bandas como Bon Jovi e Kiss. Amanhã, Aeroguns e Balão Vermelho apresentam o melhor de Aerosmith, Guns N’ Roses e Barão Vermelho. Na segunda, é a vez de Cash, com rock dos anos 90, e Foo Fighters Cover Brasil. Por fim, na terça-feira, terá Aeroplane, dedicada ao Red Hot Chili Peppers, e Laranja Mecânica. Os ingressos custam R$ 30 por dia, e a casa abre às 21h (domingo, às 20h).

“A Bob Dylan Story” 

Durante os cinco dias da folia, uma alternativa para fugir dos bloquinhos que invadem Belo Horizonte é mergulhar em documentários sobre personagens fundamentais da história do rock disponíveis na Netflix. Com direção de Martin Scorsese, “Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story” documenta a histórica turnê do cantor pelos Estados Unidos em 1975, quando ele reuniu músicos, vagabundos, artistas de toda espécie e um bando de puxa-sacos para rodar o país em um ônibus. Vale tanto pelos relatos de bastidores – verdadeiros ou não – quanto por mostrar a grandiosidade de Mr. Bob Dylan. 

Discografia brasileira na web

Antes de os discos de vinil se tornarem hegemônicos no Brasil, houve uma abundante produção em bolachas de 78 rotações. Elas reinaram até os anos 50, sendo úteis durante cinco décadas. Nesse perío- do, foram gravados cerca de 35 mil álbuns que se tornaram objetos rarís- simos. O Instituto Moreira Salles agora abriu o acesso às gravações no site Discografia Brasileira (clique aqui) . Cerca de 46 mil arquivos, como o primeiro samba de sucesso “Pelo Telefone”, de Donga, estão lá, gratui- tamente, ao alcance de um clique!

Contos de Katherine Mansfield

Ainda pouco conhecida no Brasil, a autora neozelandesa Katherine Mansfield foi traduzida por Caio Fernando Abreu e era admirada por Clarice Lispector e Virginia Woolf, que chegou a admitir ter inveja de sua escrita. Lançada pela coleção de bolso da L&PM, a coletânea “Os Melhores Contos de Katherine Mansfield” reúne preciosidades como “A Casa de Bonecas” e “Festa ao Ar Livre”. O livro está disponível na Amazon. Katherine morreu prematuramente, aos 34 anos, vítima de tuberculose, e deixou contos e poemas.

“Boy Erased: Uma Verdade Anulada”

Publicado nos Estados Unidos em 2016, o livro ganhou uma versão traduzida para o português, em 2018, por meio da editora Intrínseca. Baseado nas memórias de Garrard Conley, o título escancara ao leitor os bastidores de uma casa em que adolescentes e jovens adultos são matriculados para serem submetidos a uma perversa “terapia de conversão” para homossexuais. A história, que inspirou o filme de mesmo nome estrelado por Nicole Kidman, questiona a violência praticada por esse sistema em nome da religião.

“A Vida pela Frente”

O romance lançado pela editora Todavia é uma novidade que existe há mais de 40 anos. Explica-se: saiu na França em 1975, mas estava inédito no Brasil até o final de 2019. Chega em boa hora: a Netflix está encampando a versão filme, com Sophia Loren como Madame Rosa. Na capa, você verá o nome de dois autores. É que, para voltar a concorrer no Goncourt, mais importante prêmio literário da França, Romain Gary (que já havia vencido a láurea em 1956) usou o pseudônimo de Émile Ajar. 

A biografia de Dom Pedro II

O governante que ficou mais tempo no poder no Brasil (49 anos) ganhou uma biografia lançada no fim de 2019 pelo historiador Paulo Rezzutti. “Dom Pedro II: A História Não Contada" traz a trajetória do príncipe que se tornou governante ainda menino e se transformou no monarca de espírito republicano que morreu no exílio. Esse humanista, admirador das artes, das ciências e apaixonado pelo Brasil é o foco também da próxima novela das 18h, "Nos tempos do imperador", que vai estrear em março e será protagonizado por dois atores mineiros. Selton Mello será Pedro II e Letícia Sabatella fará sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina. 

“Breque Moderno” 

Lançado em 2009, o disco “Breque Moderno” une o canto safo de Marcos Sacramento à desenvoltura dramatúrgica de Soraya Ravenle, que são acompanhados de perto pelo polivalente músico Luís Filipe de Lima. O resultado é delicioso. Com o intuito de modernizar o samba de breque, um dos estilos mais divertidos da música brasileira, o time de artistas fornece interpretações saborosas para “Samba no Nepal”, “Recenseamento”, “Tem Que Rebolar” e a impagável “Águia de Haia”, entre muitas outras. Está no Spotify.

 

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.