O jovem humorista paraibano Lucas Veloso, 23, apresenta hoje e amanhã, às 21h, no Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube, seu espetáculo “Show de Bolso”, com piadas, sátiras e imitações que fazem rir e também se emocionar. No stand-up, em 1h20, Veloso transita entre as várias formas de comédia, mesclando técnicas e abrindo espaço para novos talentos do humor.
“No show, não me coloco como único humorista da noite e convido outros artistas, assim como o Tom Cavalcante fez comigo”, conta Veloso ao portal O Tempo, durante passagem pela redação para gravar o programa “Barba, Cabelo e Bigode”, da rádio Super 91,7 FM, que integra o grupo Sempre Editora.
Quando Veloso tinha 15 anos, ele abriu um espetáculo do veterano humorista. “Foi minha primeira vez no palco, sozinho, sem meu pai”, lembra Veloso, filho do humorista Shaolin. “Eu estava morto de nervoso, cheguei no palco e esqueci o texto todo! O que me salvou foi uma imitação do Chico Anysio”, diz.
Para Veloso, no entanto, a área do humor é feita não para a imitação, mas para a descoberta de uma identidade. “Estou conseguindo isso. Hoje sei quem eu sou, mas estou sempre aprendendo. Acredito que temos de dividir os espaços, e busco plantar essas sementes para que, quando esses artistas forem grandes e tiverem espaço, eles repassem esse gesto adiante e dividam também com quem está começando”, defende.
Em “Show de Bolso”, ele receberá no palco os artistas Thiago Comédia e Dalmar, hoje e amanhã; e Eraldo Fontiny, com sua personagem Lili, somente amanhã.
Mídias. Lucas Veloso está escrevendo um projeto para a televisão dedicado ao humor novo. “Esse convite a humoristas locais serve também como um laboratório para, quem sabe, chegar à televisão”. Veloso acredita no poder da TV e do rádio para atingir seu público. “Quero abraçar o povão mesmo e a TV e o rádio são meios abertos. Sou a favor de a graça ser de graça, mas estou colocando conteúdo na internet também para expandir o meu público”, diz o jovem que está fazendo o caminho contrário da maior parte dos humoristas de sua geração, que começam na internet, em vídeos no YouTube.
Veloso fez o revival de “Os Trapalhões”, no canal Viva, ao lado de Renato Aragão; participou da “Dança dos Famosos”, no “Domingão do Faustão”; fez ponta na novela da Globo “Velho Chico”; teve participações em programas do Multishow como “A Vila” e “Dra. Darci”. No cinema, Veloso dublou o personagem Gus, da animação “Parque dos Sonhos”, lançado neste ano.
“Quero fazer cinema. Deve ser muito interessante fazer uma obra fechada como um filme. Adoro o Jim Carrey e estou aberto a convites. Fica aí a indireta para quem faz cinema!”, brinca.
Para Veloso, o humor hoje está sofrendo, pois o Brasil é um país que passa por sua “aborrescência”: “Ele se aborrece fácil, está rebelde, bagunça o quarto, mas é só uma fase e vai passar”, fala o jovem, que vê no humor uma forma de quebrar essa fase de “ódio” que o país vive.
O comediante usou o riso para medicar a mãe. “Em 2011, meu pai sofreu um acidente de carro, e minha mãe ficou triste, em começo de depressão. Então, comecei a pegar tudo quanto era coisa em casa e fazer graça para ela melhorar. Por isso, costumo dizer que todo o riso que eu ganho, dedico a ela”, conta.
A única forma de humor que Veloso não topa é aquele que ridiculariza o outro. Ele acredita que o Nordeste é um berço de humoristas por ter aprendido, desde cedo, a rir de suas próprias tragédias. “O nordestino vê as desgraças e diz: ‘Vamos rir, porque chorar não vai adiantar’”. Veloso admira a nova safra de amigos nordestinos como Whindersson Nunes e Tirullipa.
Serviço. “Show de Bolso”, com Lucas Veloso. Hoje e amanhã, às 21h, no Teatro do centro Cultural Minas Tênis Clube (rua da Bahia 2.244, Lourdes). Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia).
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