Cinema

Remake de 'O Rei Leão' estreia nos cinemas com vozes de Iza e Ícaro Silva

Nova versão de “O Rei Leão” impressiona por paisagens e cenas com animais, mas não supera a original

Qui, 18/07/19 - 03h00
Cena de "O Rei Leão", de Jon Favreau | Foto: Disney Buena Vista/Divulgação

Desde os anos 30, a Disney tem produzido animações de sucesso. No entanto, algumas delas vão além dos recordes de bilheteria e se tornam verdadeiros marcos de uma geração. E se “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937), a primeira animação, tem uma importância por ter aberto os estúdios para as releituras dos clássicos de contos de fadas, “O Rei Leão” (1994), a 32ª animação, levou o estúdio à consagração com uma trama dramática, personagens fortes e uma trilha sonora perfeita.

Não foram à toa os prêmios que ganhou, incluindo dois Oscars. Muitos dos que hoje têm por volta dos 30 e poucos anos emocionaram-se – ou até mesmo choraram – no cinema pela primeira vez em “O Rei Leão”. É preciso admitir: difícil passar pelo longa sem ter os olhos, ao menos, marejados.

“O Rei Leão” é um sucesso até hoje, com suas sequências e derivações, como a série animada “Guarda do Leão”. Agora, a história de Simba e seus amigos deve colocar mais um marco na história da Disney. Depois de longas em live-action que deram o que falar, mas não causaram tanta comoção, como os recentes “Dumbo” e “Aladdin”, “O Rei Leão”, que estreia hoje no Brasil, certamente conquistará a bilheteria e o coração do público. Afinal, quem resiste a um leãozinho órfão?

Já a crítica tem suas ressalvas quanto à nova versão, pois há narrativas que cabem muito melhor dentro de uma animação, e, nesses casos, o live-action pode ser uma moda perigosa. 

Quase de verdade

Obviamente, é muito mais fácil criar animais supercarismáticos em animação do que utilizar recursos técnicos para dar uma expressão aos bichos que seja captada rápida e facilmente pelo espectador. Afinal, é um longa com uma história que precisa ser contada em um ritmo ágil. Não é documentário da Discovery, em que a câmera e o público acompanham por muitos minutos, ou por horas, a reação de um único animal. 

Sendo assim, em “O Rei Leão”, o live-action compromete essa conexão mais rápida do espectador com os personagens, mas não há como negar que, assim como a animação de 1994, esta versão feita pelo diretor e ator Jon Favreau já entrou na história do cinema. O longa é o primeiro live-action feito apenas com animais, o que garante uma inovação não só tecnológica – são usados muitos recursos de computação para dar expressão aos animais –, mas também de narrativa. 

A visão do diretor, que já havia se aventurado na versão em carne e osso de “Mogli: O Menino Lobo” (2016), é sensível às paisagens, aos animais e à história original. Favreau – que está nos cinemas como Happy Hogan, em “Homem-Aranha: Longe de Casa” – não desaponta o público e recria imagens que estão frescas na memória de quem assistiu ao “O Rei Leão” original, como a cena em que o primata Rafiki apresenta aos animais o pequeno Simba, filho do rei Mufasa. Favreau foi corajoso e fez um filme que impressiona e emociona, mesmo que não supere a versão original em animação.

Cenas famosas são reproduzidas

Quem não guardou na memória a cena em que Rafiki apresenta Simba ao reino dos animais na versão animada de “O Rei Leão”? Essa é uma das passagens emblemáticas da animação que também está na nova versão, assim como a perseguição das hienas atrás de Simba; o passeio do leãozinho com os amigos Timão e Pumba à luz da lua; o rugido de Musafa, entre outras. 

O diretor Jon Favreau optou por manter essas imagens que grudaram na memória do público e só retirou algumas partes que tornariam a trama irreal demais, afinal os bichos já falam no filme. 

As canções, feitas por Elton John e Hans Zimmer, continuam a emocionar e divertir o público, e a trilha ganha mais um sucesso, “Spirit”, música de Beyoncé, novidade no elenco. A pop star é a voz de Nala. Simba e Scar também ganham novos intérpretes: Donald Glover e Chiwetel Ejiofor. No entanto, a voz marcante de Musafa segue a mesma, na dublagem de James Earl Jones. Na versão brasileira, Iza e Ícaro Silva fazem o casal Simba e Nala.

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