27 dias e a Claro vai embora de Minas

Empresa de telefonia móvel suspende operações por ter mesmo acionista que a concorrente Telemig Celular, mas vai recorrer à Justiça.

Sex, 25/11/05 - 22h23

Vinte e sete dias depois de iniciar suas atividades e uma semana depois de suspender as vendas de aparelhos em Minas, a Claro suspendeu também a operação no Estado.

Em um comunicado curto, a empresa informou apenas que "os serviços de rede precisaram ser interrompidos, por motivos alheios à vontade da Claro" e completou que "está trabalhando junto às autoridades competentes para retomar o funcionamento normal da sua rede."

Desde o último dia 11 estava em vigor uma liminar expedida pela 7ª vara da Justiça Federal de Brasília que proibia a Claro de atuar em Minas.

A decisão atendeu a uma ação movida pela Telemig Celular e foi motivada pela participação da Embratel no controle das duas empresas " a América Móvil, é controladora da Claro e da Embratel e o Telos, fundo de participação dos funcionários da Embratel, tem três assentos no Conselho de Administração da Telemig.

A empresa mineira alegava que os representantes do Telos poderiam levar informações privilegiavas sobre suas estratégias para a concorrente. Ontem o presidente da Telemig Celular, Ricardo Grau, não quis comentar a decisão da Claro em suspender suas operações.

Disputa
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, que esteve em Belo Horizonte ontem, disse que vem acompanhando a disputa entre as duas operadoras, mas afirmou que o ministério não pode tomar nenhuma atitude. De acordo com ele, cabe à Justiça decidir a questão.

Ele afirmou que todo o imbróglio foi causado por um parecer do então presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Elifas Gurgel, que em outubro autorizou o início da operação da Claro em Minas, contrariando decisão do Conselho Diretor do órgão, que apontou a participação cruzada.

Hélio Costa afirmou que a ausência dos representantes do Teles das reuniões na Telemig, como proposto pelo Fundo, não resolveria o problema, porque eles continuariam tendo acesso às decisões.

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