Histórica

Aos 145 anos, Cedro vira o jogo e volta a crescer

Receita da empresa aumentou 24,2% em 2017, graças a medidas pré-crise

Ter, 03/04/18 - 03h00

Como boa mineira, a Cedro Textil praticou nos seus negócios a expressão popular de que “é melhor prevenir do que remediar”. A receita bruta da empresa cresceu 24,2% no ano passado frente a 2016 – muito acima da expansão da economia do país, que foi de 1% –, e esse salto é fruto de estratégias adotadas antes da crise. “Se nós não tivéssemos feito essas mudanças, possivelmente não estaríamos aqui”, disse nesta segunda-feira (2) o diretor presidente da companhia, Marco Antônio Branquinho Júnior.

Uma dessas alterações foi mudar o posicionamento da empresa – que existe há 145 anos – e focar mais na linha de produtos premium, de maior valor agregado, em 2014, pouco antes da crise. Antes da recessão, só 30% dos produtos da companhia eram voltados para essa linha. “Hoje, 80% do mix é para atender aos segmentos premium”, diz.

Para mudar a área de atuação, entre 2010 e 2014 a Cedro investiu R$ 135 milhões na modernização das quatro unidades fabris – duas em Pirapora, no Norte de Minas, uma em Sete Lagoas e uma em Caetanópolis, na região Central do Estado.

Além da nova estratégia de mercado, Branquinho conta que a empresa chamou os agentes financeiros para conversar em meados de 2014. “Já havia cheiro de crise no ar, o horizonte que estava se formando não era dos melhores e o ambiente político era negativo”, lembra. As renegociações de dívidas, portanto, começaram antes da fase mais aguda da crise.

Outras medidas tomadas buscavam a redução de custos e despesas operacionais. O número de funcionários da empresa – que teve seu primeiro alvará assinado por dom Pedro II em 1872 – foi reduzido. Em 2014, eram cerca de 4.000 empregados. No pior período da crise para eles, entre o fim de 2015 e o início de 2016, chegou a 3.000. Hoje, são cerca de 3.500. “Em números corrigidos em 2017, tivemos o dobro da geração de caixa de dezembro de 2014”, diz.”

Histórico

Destaque. O lucro bruto da Cedro teve alta de 165,1% em 2017 frente a 2016, o equivalente ao melhor da história, obtido em 2010, com a diferença de que a estrutura de produção era outra.

 

Indústria mineira recua em fevereiro

O faturamento da indústria mineira teve recuo de 4,5% em fevereiro na comparação com janeiro, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Em igual período do ano passado, o resultado também foi negativo, mas o recuo teve uma intensidade menor, observa a economista da entidade Annelise Fonseca. A retração foi de 0,9%.

Ela ressalta que a queda foi pontual e não significa uma tendência. “A perspectiva é de retomada gradual da atividade”, observou.

A previsão para a entidade neste ano é de alta de 2% no faturamento do setor. Em 2017, depois de dois anos de estagnação e outros três de queda, o faturamento real da atividade voltou a subir, com alta de 1,6% frente o ano anterior.

Em fevereiro deste ano frente igual mês de 2017, o faturamento teve alta de 2,8%. E, no primeiro bimestre, a indústria registrou incremento de 4,8% no faturamento. No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento é de 2,9%.

A expectativa da entidade industrial é que o faturamento volte a subir em março. E no que se refere ao emprego, só deverá crescer de forma mais robusta a partir do segundo semestre deste ano.

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