Mantida

Banco Central mantém taxa de juros em 14,25% ao ano

A manutenção era esperada por 49 dos 50 economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg. Apenas um, do CIBC World Markets, previa aumento de 0,25 ponto percentual, até 14,5%

Qua, 25/11/15 - 19h13
O Banco Central manteve nesta quarta-feira (25) a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Foi o terceiro encontro seguido em que a taxa foi mantida.
 
Na reunião de outubro, a autoridade monetária já indicava que manteria os juros nesse patamar "por período suficientemente prolongado" para alcançar a meta de 4,5% ao ano "no horizonte relevante da política monetária", período que vai até outubro de 2017.
 
A manutenção era esperada por 49 dos 50 economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg. Apenas um, do CIBC World Markets, previa aumento de 0,25 ponto percentual, até 14,5%.
 
A decisão foi anunciada poucos dias depois de a prévia da inflação oficial, o IPCA-15, superar 10% no acumulado em 12 meses.
 
O mais recente boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (23), também mostra uma inflação pressionada, estimando o IPCA em 10,33% até o fim do ano. A pesquisa é realizada semanalmente pelo Banco Central com economistas e instituições financeiras. Para 2016, a expectativa foi ampliada para 6,64%, ante 6,50% na semana anterior.
 
A pesquisa mostra ainda que o mercado prevê que os juros se mantenham em 14,25% até o final do ano, enquanto a expectativa é que a Selic encerre 2016 no patamar de 13,75%.
 
Na avaliação de analistas, a decisão de manter a Selic se baseia na desaceleração da atividade econômica pela qual passa o país.
 
A instituição tem dito que precisa manter os juros elevados para que a alta da inflação causada pelo dólar e pelo reajuste de tarifas e preços controlados não se espalhe por toda a economia. O desemprego causado pelo aperto na taxa, por exemplo, evita o repasse de toda a inflação para os salários.
 
Os juros, por outro lado, não têm efeito sobre o câmbio neste momento e nem sobre decisões em relação a preços de combustíveis, por exemplo. E são esses os fatores, segundo o governo, que levaram à piora nas projeções para o índice de preços neste e no próximo ano.
 
QUEDA DO PIB
 
A decisão de manter os juros também é amparada pela fraqueza econômica do país. Até setembro, a economia brasileira registrou quatro trimestres seguidos de retração, de acordo com o indicador de atividade do Banco Central, o IBC-Br.
 
No 3º trimestre deste ano, a queda foi de 1,41% em relação ao trimestre anterior. Números revisados pelo BC mostram queda de 2,09% no 2º trimestre, 1,05% no 1º e 0,50% nos últimos três meses de 2014.
 
A expectativa do mercado é de dois anos de queda no PIB (Produto Interno Bruto), neste e no próximo ano.
 
O boletim Focus prevê queda de 3,15% do PIB neste ano e retração de 2,01% da atividade econômica em 2016.
 
Os juros estão hoje no maior patamar em nove anos. A próxima reunião do Copom ocorrerá nos dias 19 e 20 de janeiro.

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