Programando Sonhos Delas

BH disputa prêmio mundial com projeto que ensina programação a mulheres

A capital é uma das três finalistas e concorre com Buenos Aires, na Argentina, e Kiev, na Ucrânia; ideia é formar 1.200 mulheres em programação até o fim de 2020

Por Rafaela Mansur
Publicado em 07 de novembro de 2019 | 12:46
 
 
Secretário Cláudio Beato, prefeito Alexandre Kalil e diretor-presidente da Prodabel, Leandro Garcia, explicaram o projeto Foto: João Leus/ O Tempo

Belo Horizonte é finalista no concurso World Smart Cities Award (Prêmio Mundial de Cidades Inteligentes) com o projeto Programando Sonhos Delas, que tem o objetivo de ensinar linguagens de programação a mulheres em situação de vulnerabilidade social e contribuir para a inserção delas no mercado de trabalho.

O projeto, desenvolvido pela Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel), foi indicado ao prêmio na categoria “Cidades Inclusivas e Compartilhadoras”. A capital mineira concorre com Buenos Aires, na Argentina, e Kiev, na Ucrânia. Os vencedores serão revelados durante o evento Smart City Expo World Congress, em Barcelona, entre os dias 19 e 21 de novembro.

Mais de 450 projetos de 54 países foram inscritos no concurso. "Nada cai de paraquedas, tudo é feito, tudo é trabalhado", disse o prefeito Alexandre Kalil (PSD), em entrevista coletiva nesta quinta-feira (08). "É um caminho legal, inclusivo, o caminho do futuro. Estamos atentos e participando disso tudo", concluiu.

A primeira turma exclusiva de mulheres foi iniciada no segundo semestre deste ano. Mais de 1.200 se inscreveram no programa e devem se formar em programação gratuitamente até o final de 2020.

"Não obstante o enorme desemprego que nós temos no país hoje, tem uma área em que falta gente para trabalhar, que é a área de TI. Temos uma demanda muito grande e precisamos formar mais pessoas para trabalhar nessa área. No entanto, temos um problema adicional, que essa área tradicionalmente tem um viés de gênero muito grande. Das 500 mil pessoas empregadas no Brasil hoje na área de TI, menos de 20% são mulheres", pontua o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Beato. Ele ressalta, ainda, que as mulheres ganham salários menores.

Depois da formação, o município vai auxiliar as mulheres a conquistarem uma vaga no mercado de trabalho. "A gente faz um chamamento público para as empresas ajudarem na formação, e essas que ajudam na formação acabam por contratar as pessoas que estão se formando lá dentro", diz o diretor-presidente da Prodabel, Leandro Garcia.