No papel

BH ficará sem metade dos hotéis previstos para a Copa

Dos 54 projetos licenciados e com benefícios da PBH, 26 correm o risco de não ficarem prontos

Qui, 21/11/13 - 02h00
Dos 52 projetos hoteleiros aprovados pela prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para a Copa do Mundo de 2014, apenas 41 saíram do papel e 15 deles correm o sério risco de não estarem prontos a tempo do evento. Somados aos 11 que nem começaram as obras, são 26 empreendimentos sob risco, a metade do total previsto. Levantamento da JR & MvS Consultores aponta que seis unidades não têm chances de serem inauguradas antes de junho do ano que vem, sendo que três delas só abrirão as portas em 2015, muito depois do fim da Copa. Outros nove empreendimentos estão com o cronograma atrasado e podem não cumprir o prazo previsto para inauguração. 

Esses empreendimentos receberam da PBH benefício de aumento do coeficiente de construção, o que significa que eles podem construir uma área maior do que o autorizado normalmente para a região onde se encontram. Esse benefício foi condicionado à abertura dos empreendimentos antes da competição da Fifa. A lei 9.952 estabelece que as obras têm que ser concluídas até 28 de fevereiro de 2014 e a operação tem que começar até 30 de março
 
Mesmo sem confirmar a lista da consultoria JR & MvS, a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerias (ABIH-MG), Patrícia Coutinho, diz que o cenário de atraso é real. “Com certeza, muitos não vão ficar prontos a tempo. A previsão é bem mais modesta do que no início”, diz. Ela calcula que a cidade ganhará cerca de 30 novos hotéis para o evento. 

Penalidades. A legislação prevê multas para quem recebeu o benefício e não vai abrir as portas a tempo de receber os turistas do futebol. A penalidade varia de acordo com o tamanho do terreno e com a diferença entre o coeficiente de construção original e o acréscimo autorizado. “A prefeitura já estuda uma maneira de flexibilizar as punições”, diz o consultor Maarten Van Sluys, da JR & MvS Consultores. A presidente da ABIH-MG diz que a PBH já sinalizou ao setor que deve estender o prazo oficial por pelo menos dois meses. 
 
A Secretaria Municipal Extraordinária para a Copa do Mundo não confirma as informações, mas admite que acompanha de perto a situação. Por meio de nota, o órgão diz que “aguarda a posição oficial dos empreendedores sobre o cronograma de obras para tomar uma posição a respeito”. Maarten Van Sluys acredita que reduzir as punições pode desestimular os que estão pagando hora extra ou suspendendo férias dos funcionários para concluir as obras a tempo.
 

Crescimento
 
Previsão. O Brasil terá pelo menos 422 novos empreendimentos de hospedagem até 2016, de acordo com previsão do Ministério do Turismo. O investimento será de R$ 12,2 bilhões.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.