Conselho

Cemig pode criar salário de R$ 15 mil para ex-dirigentes

Segundo proposta, eles serão consultores, não executivos

Qua, 25/02/15 - 03h00
Proposta seria de Mauro Borges, atual presidente da Cemig | Foto: FERNANDA CARVALHO / O TEMPO

Em meio aos cortes anunciados pelo governo de Minas para tirar as contas do vermelho, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), através de seu novo dirigente, Mauro Borges, deve beneficiar com R$ 15 mil mensais cada um dos ex-presidentes da estatal. “Ainda não foi decidida a remuneração, mas não deve ser menos de R$ 15 mil. Nesse setor, não existem voluntários”, revelou um funcionário da Cemig.
 

A ideia lançada por Borges, no início deste ano, é criar um conselho de ex-dirigentes para serem consultores da empresa, mas sem nenhum poder de decisão. Dos executivos que passaram pelo cargo máximo da companhia, pelo menos sete ou oito podem ser convidados a compor o grupo, ampliando a folha de pagamento para pelo menos R$ 1,2 milhão ao ano.

A decisão deve ser tomada na próxima semana, durante reunião da nova diretoria. O conselho só não foi criado ainda, segundo o funcionário, por causa dos questionamentos sobre a idade atual dos ex-presidentes. “Todos eles têm mais de 80 anos. Alguns já deixaram a empresa há mais de três décadas. Existem no mercado executivos mais atualizados”, argumentou.

O funcionário ouvido pela reportagem acredita que a criação do conselho é uma estratégia de Mauro Borges para se aproximar do último presidente da Cemig, Djalma Morais, que permaneceu no cargo por 15 anos. “Isso é uma jogada para trazer o Djalma para perto da empresa e tranquilizar o mercado. Agora, para os outros, a remuneração será apenas para engordar a renda”, opinou.

O objetivo, segundo outra fonte ligada à empresa, é amenizar o clima ruim deixado pelo racha entre a nova diretoria petista e os antigos dirigentes ligados aos governos tucanos dos últimos 12 anos. Djalma Morais ficou no cargo de 1999 até 2014. “Ele, aliás, é cotado para assumir a presidência do conselho”, garantiu outra fonte. A Cemig, por meio da assessoria de comunicação, não comentou o assunto. Djalma Morais não foi encontrado para falar.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.