Proliferação

Chineses agora tomam conta de lojas do hipercentro de BH 

Negociantes ocupam grandes imóveis; pagamento é feito em dinheiro e cliente sai sem nota

Seg, 20/10/14 - 03h00

As lojas comandadas por chineses estão se proliferando pelo centro de Belo Horizonte. Até um ano atrás, esses estabelecimentos concentravam-se no entorno do shopping Oiapoque, na região abaixo da rodoviária. Hoje, eles já ocupam grandes imóveis na parte mais nobre do coração da cidade e, sob a denominação genérica de “presentes”, oferecem todo tipo de miudezas. Os mais comuns são bolsas, acessórios, maquiagem, enfeites de cabelo, bijuterias, capas para celular e tablets e fones de ouvido.

A concorrência preocupa os outros lojistas. “Eles ameaçam todos que estão trabalhando corretamente. Se eles estivessem trabalhando certo, tudo bem, seriam até potenciais associados nossos. Mas não é isso que está acontecendo”, diz o vice presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Marco Antônio Gaspar.

Segundo ele, as lojas podem estar legalizadas, mas as mercadorias, não. “Podem ser formalizados, mas o negócio continua sendo informal”, afirma, explicando que a mercadoria é comprada de distribuidoras chinesas com indícios de subfaturamento, o que permite o preço baixo praticado por essas lojas.

Os estabelecimentos estão em toda parte do centro, por exemplo, nas ruas São Paulo, Rio de Janeiro e na avenida Afonso Pena. Eles têm mercadorias e preços quase idênticos. Ao contrário das localizadas no entorno do Oiapoque – que vendem por atacado e expõem produtos em caixas de papelão – as outras são bem montadas e vendem no varejo.

Em comum, tanto as de atacado, quanto as de varejo, têm um segurança na porta e, pelo menos, um oriental que, em geral, fica no caixa e fala pouco português. Quando há mais de um chinês, eles se comunicam no idioma natal.

O pagamento é feito em dinheiro e o cliente sai, quase sempre, sem o documento da compra. “Nota fiscal, só se pedir pelo amor de Deus”, diz Gaspar.

Outras regiões. Segundo a CDL-BH, estas lojas estão se proliferando também em outras regiões da cidade, como Barro Preto e Barreiro. “Onde tem gente comprando, tem chinês”, afirma o vice-presidente da CDL-BH.

Ameaça

“Eles ameaçam todos que estão trabalhando corretamente. Se eles estivessem trabalhando certo, tudo bem, seriam até potenciais associados nossos. Mas não é isso que está acontecendo”

Marco Antônio Gaspar Vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH)

Denúncias

Canais. A prefeitura disse que recebe denúncias de irregularidades pelo telefone 156, no BH Resolve (avenida Santos Dumont, 363, centro) ou via SACWEB disponível no portaldeservicos.pbh.gov.br.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.