Entrevista

Cidade eficiente tem uma boa gestão fiscal e transparência

Rodrigo e Raimundo Godoy, diretor executivo e diretor técnico do Grupo Aquila

Qua, 24/10/18 - 10h05

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O diretor executivo do Grupo Aquila, Rodrigo Godoy, e o diretor técnico, Raimundo Godoy, falam da importância da gestão pública e privada. Novidades da área serão apresentadas no #Foco2019Aquila, no teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube, no dia 31 de outubro.

Como surgiu o Grupo Aquila?

Rodrigo. O Grupo Aquila foi fundado em 2011, a partir da união de cem profissionais já bastante experientes em gestão privada e gestão pública. O Aquila nasceu com o propósito de dar uma contribuição efetiva para o país, desenvolvendo a gestão e melhorando o desempenho da esfera pública e das empresas. Atuando em uma área das empresas que é carente, de modo geral, que é a maturidade da gestão.

Como é o trabalho com o setor público? E como foi desenvolvido o Índice de Gestão Municipal Aquila (IGMA)?

Raimundo. Nós trabalhamos com o setor público desde 2001. O primeiro trabalho foi com a Prefeitura de Uberlândia. De lá para cá, foram vários trabalhos desenvolvidos. Nos últimos oito anos, nós começamos a buscar entender o que é uma cidade excelente. Nós começamos a analisar várias cidades no mundo, visitamos 90 no exterior e 300 municípios brasileiros. E, neste ano, lançamos o índice, que traz uma pontuação e avalia a eficiência da gestão pública dos mais de 5.000 municípios brasileiros.

O que é uma cidade excelente?

Raimundo. É uma cidade que tem como um dos pilares estruturais a eficiência fiscal e a transparência. As receitas são maiores que o custeio para, assim, ter recurso suficiente para investir. O munícipe sabe onde estão sendo aplicados todos os recursos gerados. O cidadão sente a diferença. Você vai ao posto de saúde e é bem atendido. Você tem a infraestrutura funcionando, tem segurança, saneamento básico. Tem o direito de ir e vir, com a segurança. O cidadão tem que sentir que os recursos são bem aplicados.

Como funciona o trabalho com as prefeituras?

Raimundo. A gente faz um diagnóstico de maturidade de gestão e compara com o plano de governo do eleito. Então verificamos se há uma lacuna entre o que ele combinou com a população e a situação atual da prefeitura. A partir daí, priorizamos o trabalho do prefeito e de seus secretários e um plano de trabalho é desenvolvido, buscando realmente trabalhar a excelência.

Na crise, a gestão se torna ainda mais essencial?

Raimundo. A gestão é resolver problemas e implementar as oportunidades; quando a situação está difícil, nem todos ganham, mas nem todos perdem. A primeira coisa que o gestor tem de fazer é garantir a eficiência fiscal e a transparência. Se ele não consegue garantir isso, tem que trabalhar para que isso aconteça. É preciso agir. Não adianta culpar a gestão anterior, você foi eleito para isso, tem que fazer a sua parte

Qual a importância da gestão?

Raimundo. Nessa vivência nossa, do Brasil e do exterior, é uma coisa muito importante. Em outros países, a excelência vem do setor público. Todo cidadão quer uma cidade excelente. Quando o setor público é excelente, isso atrai as empresas. As pessoas boas vão para as cidades boas. Se o Brasil quebrar esse paradigma, e começar a trabalhar as cidades – pois tudo acontece nelas –, dará um grande salto.

Qual a principal deficiência das empresas?

Rodrigo. Antes de falar disso, é importante resgatar uma questão técnica. Gestão é ciência, não é bom senso, não é boa intenção por parte do dono, do sócio da empresa. Gestão consiste em resolver problemas e atingir objetivos. A partir desse pressuposto, a grande necessidade que temos nas empresas é justamente delimitar objetivos e persegui-los com disciplina. Eu diria que, de modo geral, o brasileiro tem carência de disciplina, e é justamente nessa área que a gente atua.

Quais os próximos passos do Grupo Aquila? E o crescimento dos últimos anos?

Rodrigo. Nosso foco de trabalho é dividido em três unidades de negócio. Primeiro, a consultoria em gestão. Segundo, a escola de gestão, que oferece toda a carga teórica para gestores públicos e privados. E o terceiro ponto é o Aquila Tec, que oferece o suporte tecnológico necessário aos projetos de gestão que a gente toca. Em termos de crescimento, apresentamos uma taxa bastante interessante, em média 20% nos últimos sete anos. Chegamos recentemente à marca de 500 pessoas, 480 clientes atendidos em 18 países onde atuamos no período.

Quais as perspectivas para o próximo ano para o grupo e para o país?

Rodrigo. Para o grupo, tenho certeza que estamos no caminho favorável. A gente vem crescendo a uma taxa interessante em número de profissionais, em carteira de clientes, e acelerando nosso processo de internacionalização. Para o país, eu vejo com bons olhos o que vai acontecer a partir de 2019, principalmente em função dos gestores novos que estão chegando, nomeados pelas urnas, que é um fato importante da nossa democracia. Eles vão ter a chance de dar seu recado. Já existe hoje um consenso de que, sem gestão profissional, nós não vamos caminhar. (Juliana Gontijo)

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