Inflação

Com aumento de exportações para a China, carne fica até 19% mais cara em BH

Preço das carnes de boi, porco e frango aumentou em 15 dias, de acordo com pesquisa do site Mercado Mineiro

Seg, 20/07/20 - 13h53
Explicação. Queda no consumo interno e alta na demanda pelo mercado chinês aumentaram a exportação de carne do Estado e do país | Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO - 17.3.2017

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O aumento das exportações de carne brasileira para a China contribuiu para a disparada do preço do produto nos açougues de Belo Horizonte e da região metropolitana nos últimos dias. Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (20) pelo site de pesquisas Mercado Mineiro e o aplicativo ComOferta mostra que, em 15 dias, a carne ficou até 19,34% mais cara na capital.

É o caso da asa de frango resfriada, cujo preço médio subiu de R$ 14, em 29 de junho, para R$ 16,71, em 15 de julho. O quilo do pescoço de peru aumentou 7,11%, de R$ 15,60 para R$ 16,71 no período, e o coraçãozinho ficou 2,46% mais caro, passando a custar R$ 20,34, ante R$ 19,85 em junho.

As carnes suínas tiveram aumentos em todos os cortes. O quilo do lombo inteiro subiu de R$ 15,64 para R$ 16,94, um aumento de 8,30%. O preço do quilo da pazinha suína cresceu 8,27%, de R$ 12,60 para R$ 13,64. Já valor do quilo da costelinha passou de R$ 18,38 para R$ 19,25, uma alta de 4,74%.

Entre as carnes bovinas, o maior aumento de preço foi registrado no quilo do acém, que passou de R$ 23,22 para R$ 24,88, um avanço de 7,16%. O quilo da picanha subiu 6,23%, de R$ 42,38 para R$ 45,02. Já o quilo da maminha tradicional ficou 5,17% mais caro, de R$ 29,67 para R$ 31,21.

De acordo com o responsável pela pesquisa, Feliciano Abreu, tradicionalmente, neste período do ano, o preço da carne tende a aumentar, porque o tempo seco eleva o custo da produção. No entanto, a alta neste ano tem sido ainda maior devido ao crescimento das exportações para a China.

No caso das carnes bovinas, por exemplo, foram exportadas 365 mil toneladas para a China no primeiro semestre deste ano, ante 147 mil nos primeiros seis meses de 2019, o que representa um aumento de 148%, de acordo com dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

"A China voltou a comprar com muita força. Para a economia é bom, mas, para os consumidores e os donos de açougue, é ruim. Por mais que a carne seja um produto de primeira necessidade, neste momento, a população está com o freio de mão muito puxado em relação ao consumo, há uma retração muito grande. Elas deixam de comprar carne de boi, vão para o porco, sobra o frango, e depois o ovo", diz Abreu. "É um aumento repentino em um período crítico", completa.

Segundo ele, a melhor alternativa para o consumidor é pesquisar, uma vez que a diferença de preço pode ser grande entre os estabelecimentos de Belo Horizonte e região metropolitana. A pesquisa mostra, por exemplo, que o quilo da picanha pode custar de R$ 34,99 a R$ 89,95, uma variação de 157%. O quilo da bisteca com costela pode ser encontrado por R$ 10,99 a R$ 29,95, uma diferença de 172%.

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