Pesquisas

Cooperativas mineiras na contramão da crise

Modelo econômico gera e distribui riquezas, além de melhorar a qualidade de vida da população

Por Da redação
Publicado em 31 de janeiro de 2019 | 03:00
 
 
Para Ronaldo Scucato, os números refletem o ótimo desempenho das cooperativas mineiras Foto: Sistema Ocemg/divulgação

A crise econômica que levou à eliminação de milhões de postos de trabalho no Brasil e à retração de investimentos continua mantendo um enorme contingente de trabalhadores desempregados no país. Entretanto, mesmo diante deste cenário, alguns setores começam a aumentar o número de vagas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 12,7 milhões de pessoas permaneciam em busca de emprego no trimestre terminado em agosto – apesar de o período ter registrado a quinta queda consecutiva da taxa de desemprego, que ficou em 12,1%, e de setores como o industrial terem voltado a contratar.

Foram mais 112 mil postos de trabalho gerados em relação ao trimestre de março a maio. Os dados também mostram 176 mil trabalhadores a mais que no trimestre anterior no setor de serviços, mais 61 mil no comércio e mais 253 mil na agropecuária.

Contudo, nenhum mercado se mostrou com tanta capacidade de se adaptar aos períodos de recessão econômica como as cooperativas. Vários estudos apontam que, nas regiões onde atuam, as cooperativas não somente geram e distribuem riquezas de forma proporcional, como melhoram a qualidade de vida da população.

Minas Gerais é o 2º maior Estado em número de cooperativas do país, o 4º em número de cooperados e o 5º em termos de geração de empregos. Segundo o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Sistema Ocemg), Ronaldo Scucato, esse modelo econômico registra 8,1% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) estadual.

“Os números refletem o ótimo desempenho das cooperativas mineiras que, na contramão da crise, movimentaram R$ 46,7 bilhões em 2017”, avalia Scucato, completando que 86% das cooperativas do Estado estão concentradas nos ramos agropecuário, crédito, transporte e saúde.

Na saúde

As cooperativas de saúde são responsáveis por 20,5% de toda a movimentação econômica do cooperativismo mineiro, que chegou à soma de R$ 9,6 bilhões em 2017. Dedicadas à preservação e recuperação da saúde humana, elas incorporam profissionais das áreas de medicina, odontologia, enfermagem, fisioterapia, radiologia, entre outras.

Das 123 cooperativas de saúde presentes em Minas Gerais, 67 são Unimeds. Ou seja, mais da metade pertence ao Sistema Unimed. Juntas, elas respondem por 89% da movimentação econômica do ramo no Estado.

“As cooperativas de saúde têm ampliado sua rede de atendimento, atuando de maneira séria e comprometida com seus associados, apresentando eficácia no atendimento aos seus clientes. Temos orgulho dos resultados apresentados pelo Sistema Unimed”, afirma Scucato. Para ele, a Unimed tornou-se uma marca sólida no mercado graças aos seus valores, sempre alinhados ao cooperativismo, serviços de qualidade, gestão eficiente e cuidado com as pessoas. Mesmo com o cenário de crise dos últimos anos, o segmento seguiu uma trajetória ascendente, o que demonstra a confiança da sociedade no Sistema Unimed.

 

Case de sucesso no Sul de Minas

Um exemplo da solidez e capacidade do Sistema Unimed de prosperar diante de adversidades é a Unimed São Sebastião do Paraíso, que, mesmo em cenário de crise nacional, havia registrado em 2017 seu melhor ano desde a inauguração, feito que foi superado pelos rendimentos de 2018.

Apostando em investimentos em infraestrutura própria e aumento da oferta de produtos, a cooperativa viu crescer sua carteira de clientes e aumentar a procura de empresas em busca de serviços médicos de qualidade. A instituição adquiriu um novo prédio, em que foi instalado o Espaço Viver Bem Unimed, focado em atenção primária, reabilitação, medicina preventiva e atenção aos idosos.

Também houve a recém-inaugurada expansão do Centro Médico de Pronto Atendimento, com a construção de mais três andares, para a instalação de novos leitos de observação, apartamentos de internação e um centro cirúrgico.

Fora essas duas grandes obras, a Unimed São Sebastião do Paraíso também adquiriu um terreno de 3.500 m², em que será construído um centro de cuidados crônicos.

O presidente da Unimed São Sebastião do Paraíso, Matheus Colombaroli, acredita que os bons resultados são frutos de planejamento e eficácia. “Recursos próprios ajudam a reduzir despesas e o investimento em novos produtos nos ajuda a sair do arroz com feijão, sair do básico e garantir destaque. Nosso crescimento durante a crise é realmente um cenário atípico, fruto de muito trabalho, muito investimento, e muita eficiência. E ainda houve sobra de dinheiro para os cooperados”, comemora Matheus.