NO BRASIL

Copa eleva gasto de estrangeiros e reduz viagens de brasileiros

De acordo o Banco Central, com base nesse número, é possível projetar aumento de 24% nessas receitas neste mês em relação ao mesmo período de 2013

Ter, 24/06/14 - 13h23

Os gastos de estrangeiros que visitam o Brasil aumentaram em junho por conta da Copa do Mundo, que começou no último dia 13. Dados do Banco Central até o dia 18 mostram receitas de US$ 365 milhões.

De acordo com a instituição, com base nesse número, é possível projetar aumento de 24% nessas receitas neste mês em relação ao mesmo período de 2013.

A Copa também reduziu as viagens de brasileiros ao exterior nessa época do ano. As despesas com viagens internacionais somam US$ 1,105 bilhão em junho até o dia 18. A projeção do BC com base nesse dado aponta queda de 11%.

Em maio, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 2,27 bilhões e bateram recorde para o mês.

O BC também já detectou aumento nas receitas com passagens aéreas, de companhias brasileiras, compradas por estrangeiros.

"Os dados preliminares de junho apontam algum efeito da Copa. O impacto maior deve ser registrado no mês de julho, porque boa parte das despesas dos não residentes ocorre com cartão", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

Maciel afirmou também que a conta de viagens internacionais brasileira é tradicionalmente negativa. Ou seja, as despesas dos brasileiros no exterior sempre superam as receitas com turistas estrangeiros no país. Disse, entretanto, que a Copa é um fator que atenua esse impacto negativo.

O BC espera ainda que a Copa contribua para melhorar essa conta no futuro. "A exposição do país neste período é um marketing considerável e que tende a influenciar positivamente as receitas de turismo futuramente", afirmou Maciel.

EXPORTAÇÕES

Maciel afirmou também que a redução na previsão do BC para as exportações brasileiras neste ano, de US$ 253 bilhões para US$ 245 bilhões, reflete os dados verificados nos últimos três meses, quando foi feita a projeção anterior.

Segundo ele, o preço de itens importantes da pauta de exportação, como minério de ferro, recuou. "O principal fator que foi essa perda de receita, mas já vemos alguma reação no preço de produtos como café, açúcar, carnes."

Apesar do resultado pior na área comercial, o BC espera gastos menores com serviços este ano. Por isso, manteve a previsão para o deficit do país em conta corrente em US$ 80 bilhões. Para os Investimentos Estrangeiros Diretos em empresas brasileiras a projeção continua em US$ 63 bilhões.

Maciel afirmou que a relação entre os dois indicadores é positiva. "A parcela do déficit financiada pelo IED continua em 80%, que é o que temos observado desde o ano passado. E temos agora outros fatores de financiamento com quadro melhor, como no caso dos empréstimos de médio e longo prazo."

O BC afirmou ainda que o deficit em conta corrente na comparação com o PIB vinha subindo desde 2011, alcançou 3,6% em agosto do ano passado e vem se mantendo estável desde então. "E a expectativa é que mantenha essa estabilidade até o fim do ano" disse Maciel.

DADO MENSAL

Em maio, o IED superou a expectativa do BC, que era de US$ 5 bilhões, e ficou em US$ 6 bilhões, maior valor da série histórica para meses de maio. O deficit em conta corrente no mês passado foi negativo em US$ 6,6 bilhões, pouco acima da previsão do BC (US$ 6 bilhões). O valor também é recorde.

A estimativa do BC para junho é de redução no deficit para US$ 4,3 bilhões. Para o IED, a projeção é uma entrada de US$ 3,6 bilhões.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.

Folhapress