Parcelamento

Crédito mais difícil ressuscita consórcio de carros e imóveis 

Modelo é atraente porque não tem juros, mas associação recomenda análise caso a caso

Seg, 25/05/15 - 03h00
Satisfeita. Sem dinheiro para pagar à vista, Ana Lamego aderiu a consórcio de carro no ano passado | Foto: MARIELA GUIMARAES / O TEMPO

O momento é de crise na economia, os juros estão nas alturas e a aquisição de bens, neste cenário, tem desmotivado o consumo em todo o país. Com o financiamento do imóvel mais difícil e mais caro pelos bancos privados, o setor de consórcios tem ganhado fôlego nos últimos meses. O número de adesões registrado em março, final do primeiro trimestre deste ano, mostrou crescimento de 6,9% em relação ao de fevereiro e de 1% sobre o de janeiro, com o acumulado do período alcançando 588 mil novas cotas.

No entanto, diante da instabilidade econômica, o consumidor está mais cauteloso. Tanto que, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a diferença ficou 3,6% menor que as 609,8 mil registradas naquele período, como mostra levantamento da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac). Mesmo assim, o sistema é considerado uma boa alternativa para quem está disposto a adquirir um bem, de modo mais planejado e a longo prazo. “Agora, mais do que nunca, está valendo muito a pena aderir a um consórcio, diante das altas taxas cobradas pelos bancos”, ressaltou o superintendente da Porto Seguro Consórcio, Willian Rachid. “Não há cobrança de juros como nos financiamentos, que obrigam o consumidor a pagar até duas vezes e meia o valor do bem”. Como mostra a simulação feita pela empresa (veja quadro ao lado), o valor total pago é bem inferior ao de outras modalidades.

Foi por esse motivo que a gestora comercial Ana Lamego aderiu, em agosto do ano passado, a um grupo de consórcio para comprar um carro novo. Ela conta que, como não tinha o dinheiro à vista e queria fugir dos juros, optou por uma carta de crédito de R$ 30 mil. Há nove meses a cliente paga R$ 439 mensais, num grupo de 200 pessoas. “É um grupo pequeno, se comparado a outras empresas. E, todo mês, cinco pessoas são contempladas”, conta ela, que se diz satisfeita.

Análise. O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Lúcio de Queiroz Delfino, também acredita que consórcios imobiliários têm sido uma opção interessante. “Pode ser uma boa alternativa, mas cada pessoa deve analisar seu caso individualmente. O produto acaba sendo atrativo, porque nele exista apenas a cobrança da taxa de administração”, explica.

Fundo comum

Modelo. Os consorciados pagam uma prestação que corresponde ao valor do bem dividido pelo número de parcelas, fundo reserva e taxa de administração, que varia entre 12% a 20%.

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