Mercado

Embalagens M2B tem planos de expandir fábrica em Minas

Empresa tem unidade em Ibirité (MG), onde produz 400 toneladas por mês de caixas de papelão

Qui, 02/08/18 - 03h00

Marcos Alexandre de Paula, 41, nasceu numa família de produtores rurais de arroz, feijão e leite de Mendes Pimentel (MG), mas queria fazer a própria história como empreendedor. “Eu não gostava daquilo que eu fazia. Os pais devem libertar seus filhos e permitir sonhar. Foi uma luta convencer meus pais de que o que era bom para eles não era bom pra mim”, lembra-se Alexandre, ao decidir se mudar para Belo Horizonte em 1998. 

Mas o caminho até abrir a Embalagens M2B ainda foi longo e cheio de provações. Antes de ser industrial, entregava pizza depois de cumprir a jornada diária numa empreiteira e morou fora do país. “Eu não tinha dinheiro para fazer faculdade. Trabalhava fazendo bico à noite, quando entregava pizza, e de dia trabalhava como gerente de uma empreiteira que prestava serviço para a Cemig. Eu quase não dormia nos finais de semana e fiquei um ano fazendo bico, depois não deu mais”, conta. 

Após cinco anos na empreiteira, Alexandre mudou-se para Paris, em 2003. Depois, por causa de uma doença da mãe, decidiu voltar para o Brasil. Foi quando percebeu a oportunidade num nicho de negócio promissor no mercado nacional: “Meu sobrinho trabalhava em fábrica de papelão, e achei viável abrir a fábrica em 2005 numa área de 240 m² em Sarzedo, na região metropolitana de BH”, conta. 

A Embalagens M2B começou com três funcionários – Marcos de Paula, o sobrinho Márcio José de Paulo e a esposa de Marcos, Daniela – e uma produção inicial de três a cinco toneladas de caixas de papelão por mês. “Não trouxemos portfólio de nenhum concorrente. Foi na raça, pesquisando listas de empresas na internet que poderiam ser futuros clientes. Eu mesmo ligava, marcava visita, todo mundo se ajudava. Quem fazia visita trabalhava na produção também”, conta o executivo. 

Num momento melhor, em 2007, a Embalagens M2B mudou-se para um galpão de 360 m² em Ibirité, também na Grande BH. “Já tínhamos cinco funcionários. Trabalhávamos de 7h às 23h, e todo sábado eu trabalhava até 16h e domingo até as 12h”. 

Em 2010, o volume de produção de caixas de papelão ondulado justificou uma nova mudança para uma área maior, de 5.500 m². “E já não está cabendo, temos que pensar numa outra área em no máximo um ou dois anos”, admite o administrador de empresas. 

Atualmente, são 400 toneladas produzidas por mês, 103 funcionários e em torno de 400 clientes ativos em Minas Gerais. O foco principal – 90% dos clientes – está num raio de 150 km da fábrica. “Noventa e cinco por cento dos clientes são das indústrias alimentícia, moveleira, metalúrgica, automotiva, química, farmacêutica, cosmética e têxtil”, enumera. 

Nova fase. Agora, o cenário eleitoral fez o fundador da Embalagens M2B esperar o fim das eleições para investir e colocar um plano de expansão em prática. Enquanto isso, o foco é outro: ter um caixa reforçado. “Estou buscando ter um capital suficiente para a sobrevivência por um tempo maior caso haja um imprevisto como uma nova greve (dos caminhoneiros), para que a empresa não sofra”, informa. 

O empresário admite que não tinha essa preocupação antes, mas a greve dos caminhoneiros assustou bastante. “Foram duas semanas sem a matéria-prima e mais três semanas para reposição. Isso me trouxe um aprendizado grande. Antes de investir é preciso ter o caixa bem estruturado”, ensina o empreendedor. 
Mesmo assim, para 2019 Alexandre pretende retomar o plano de investimento para uma expansão. A ideia é continuar em Ibirité e encontrar uma área de cerca de 15 mil metros quadrados para poder pensar a empresa nos próximos dez anos.

Cenários

- O diretor da Embalagens M2B, Marcos Alexandre de Paula, diz que estamos vivendo numa economia travada desde 2017 quando o governo de Michel Temer enfrentou as denúncias.

- Neste ano, o empresário avalia que o mercado continuou travado por conta da credibilidade do governo, que não melhorou, e da greve dos caminhoneiros. 

- Outra dificuldade é na contratação do frete, por causa da tabela mínima do serviço que foi implementada pelo governo federal. “Tem o problema do custo, que está aumentando por causa do frete”, analisa.

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