Retardar ou até reverter o envelhecimento, em um mundo em que o número de idosos cresce cada vez mais e tende a superar o de jovens: parece um enredo de ficção científica, mas é o objetivo da bolsa de estudos Impetus Grants, de R$150 milhões, lançada neste mês.
O empresário mineiro Edmar Ferreira, fundador da empresa de marketing Rock Content, sediada em Belo Horizonte, é um dos organizadores da iniciativa. Ela já recebeu doações, por exemplo, do bilionário russo-canadense Vitalik Buterin, criador da plataforma de criptomoedas Ethereum.
Qualquer pesquisa na área de biologia que foque no entendimento dos mecanismos do envelhecimento pode se candidatar a bolsas de até R$2,5 milhões. A intenção, segundo Ferreira, é desburocratizar o acesso a recursos para estudos, fornecendo retorno sobre a aprovação em até três semanas. Por enquanto, ainda não houve inscrição de estudiosos brasileiros, mas o grupo está aberto a elas.
“A área tem crescido muito nos últimos anos e começa a desvendar os mecanismos biológicos e celulares que nos fazem envelhecer. A biologia do envelhecimento quer entender esses mecanismos e possíveis maneiras de impedir ou mesmo reverter essas condições. Já temos certo sucesso com animais, hoje em dia, e é possível estender a vida de ratos em laboratório”, detalha Ferreira, que, além da carreira empreendedora, é formado em biologia.
A ideia de parar o envelhecimento se espalhou entre a elite tecnológica. O norte-americano Jeff Bezos, fundador da Amazon e segundo homem mais rico do mundo — atrás apenas do fundador da empresa aeroespacial SpaceX Elon Musk — financia pesquisas no campo. Ele alocou parte de seus mais de US$200 bilhões na startup Altos Labs, que pesquisa a reversão do envelhecimento, segundo a publicação especializada “MIT Technology Review”.
Para se candidatar à bolsa Impetus Grants, é necessário que o grupo de pesquisa preencha o formulário do projeto com detalhes da proposta, que será avaliada por um conjunto de cientistas.