Desde 2012

Endividamento de famílias é o mais baixo  

Segundo ela, é comum haver queda no endividamento de dezembro para janeiro, pois as pessoas aproveitam o décimo-terceiro para pagar dívidas

Por Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2015 | 21:25
 
 
Pesquisa aponta recuo para 57,5% em janeiro frente a dezembro Foto: Pedro Silveira / O Tempo

RIO DE JANEIRO. As famílias brasileiras começaram o ano menos endividadas, mas longe de ter fôlego para iniciarem um novo ciclo de consumo. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta quinta que o percentual de famílias endividadas recuou para 57,5% em janeiro, ante 59,3% de dezembro de 2014 e 5,9 pontos abaixo dos 63,4% de janeiro do ano passado. É o menor nível para o indicador desde junho de 2012, pela série da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), que considera dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros.

O problema é que a queda no endividamento se deu pelo lado negativo, por causa das incertezas da economia e do encarecimento do crédito. Nesse quadro, os consumidores estão com mais receio de assumir dívidas, portanto, não dá para vislumbrar espaço para um impulso no consumo por causa do endividamento menor, na avaliação da economista Marianne Hanson.

“A decisão de tomar crédito olha para o futuro e é afetada pela confiança do consumidor”, disse a economista, destacando que os indicadores de confiança do consumidor estão todos em tendência de baixa.

Segundo ela, é comum haver queda no endividamento de dezembro para janeiro, pois as pessoas aproveitam o décimo-terceiro para pagar dívidas. No caso deste ano, o recuo foi de 1,8 ponto porcentual. “O efeito sazonal foi intensificado por essa cautela em relação ao crescimento e ao custo maior do crédito”, apontou a economista.

A queda no endividamento foi acompanhada de redução na inadimplência. O índice de famílias com dívidas ou contas em atraso diminuiu na comparação mensal, de 18,5% para 17,8% do total na mesma comparação.