Consagração

Festas juninas nem começaram, mas setor já comemora

Empresas de roupas, decoração, adereços e alimentos esperam vendas maiores

Por Rafaela Mansur
Publicado em 21 de maio de 2019 | 03:00
 
 
Esquentou. Loja NaMega Festas está pronta, e conta com as festas juninas para incrementar vendas Foto: Mariela Guimarães

As festas juninas ainda nem começaram, mas já movimentam a economia em Belo Horizonte e na região metropolitana. A expectativa de diferentes setores, como os de alimentação, decoração e fantasias, é de crescimento nas vendas de produtos típicos em comparação com 2018.

Kátia Luciana Tavares, dona da Loja da Kátia, há 18 anos no Mercado Central, espera vender 30% mais. O carro-chefe do comércio são artigos de decoração, como balões e bandeirinhas. “Nós nos preparamos, investimos em uma variedade grande de produtos. E o frio, começando agora, ajuda as pessoas a entrarem no clima”, pontua, ressaltando que a loja está mantendo os preços de 2018: “Não adianta aumentar porque não sai”.

Na loja NaMega Festas, que comercializa fantasias e itens decorativos no centro da capital há dez anos, a expectativa também é positiva. Segundo a proprietária, Jane Prates, as greves das redes estadual e municipal de ensino prejudicaram as vendas em 2018. “Decoramos toda a loja com o tema. O movimento começou acanhado, mas deve melhorar. Nós contamos com essa data”, afirma.

A confeccionista Marilene da Silva, 62, que atua no bairro Esplanada, na região Leste da capital, já entregou encomendas de anáguas para grupos de quadrilhas e tem cerca de 50 pedidos na fila, inclusive de outros Estados. Para ela, o período junino é o melhor do ano. “Para quem está precisando trabalhar, indico investir em festa junina. Dá para aumentar a renda e fazer planos”, diz.

As bandas de forró, o ritmo tradicional dos festejos de São João, também estão ansiosas para junho chegar. O Trio Lampião, grupo mineiro que reúne sanfona, triângulo e zabumba, contrata um suporte de baixo, guitarra e bateria para dar conta da agenda de shows nesta época do ano. São até três apresentações por dia, com cachês até três vezes maiores. “A gente brinca que trabalha em festa junina igual a uma formiguinha no verão”, diz Glauco Bruzzi, integrante da banda.

Alimentação

No setor de alimentação fora do lar, as festas juninas também podem ajudar a incrementar as vendas. A Vila Gastronômica, que levou restaurantes para a praça da Estação no Arraial de Belo Horizonte em 2018, deve se repetir neste ano. “Estamos em um mercado basicamente estagnado, então qualquer ação de promoção gera uma expectativa de resultado positivo”, diz o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), Ricardo Rodrigues.

Na rede de supermercados Apoio Mineiro, a expectativa é de crescimento de 20% nas vendas de produtos juninos, como milho de pipoca, canjica e amendoim, em relação ao ano passado, segundo o gerente de marketing da rede, Claiton Queiroz. “A comercialização já começa agora em maio. Com o tempo esfriando, a venda começa a aquecer”, afirma.

Festas podem se inscrever no calendário oficial até 7 de julho

Festas juninas que serão realizadas na capital a partir de 7 de junho podem se inscrever até 7 de julho, último dia do período oficial da 41ª edição do Arraial de Belo Horizonte. Os festejos inscritos vão fazer parte da programação e serão divulgados no site e no aplicativo do evento, que serão atualizados até o fim da temporada.

A praça da Estação terá festas entre os dias 29 e 30 de junho e 6 e 7 de julho. A programação ainda não foi divulgada, mas, de acordo com a Empresa Municipal de Turismo (Belotur), o evento segue com a ideia de oferecer uma “experiência junina completa”, que inclua gastronomia, música e quadrilhas.

O tradicional concurso municipal de quadrilhas vai entregar um prêmio no valor de R$ 14 mil ao vencedor do grupo especial. Já os campeões do concurso do grupo de acesso vão receber R$ 12 mil.

Saiba mais

Evento

O Arraial de Belo Horizonte gera, segundo a prefeitura, cerca de 3.000 postos de trabalho temporário, como músicos, marceneiros, artesãos, barraqueiros, entre outros.

Público

O evento reuniu 90 mil pessoas em cinco dias de programação na praça da Estação, no ano passado.