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GM anuncia investimentos de R$ 6,5 bi no Brasil nos próximos 5 anos

O comunicado foi feito à imprensa após uma reunião de cerca de uma hora com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto

Qui, 14/08/14 - 14h22

A CEO global da General Motors, Mary Teresa Barra, anunciou nesta quinta-feira (14) um investimento de R$ 6,5 bilhões nos próximos cinco anos no Brasil. O comunicado foi feito à imprensa após uma reunião de cerca de uma hora com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.

Barra afirmou não poder detalhar neste momento onde os recursos serão alocados no país por questão de estratégia comercial, mas disse que eles serão usados para o desenvolvimento de novos produtos, melhoria dos produtos já existentes e manutenção das instalações da empresa no país.

Questionada sobre o péssimo cenário que a indústria automobilística tem enfrentado e as previsões de que a economia brasileira enfrentará graves desafios nos próximos anos, com redução do PIB e inflação mais alta, Barra respondeu apenas que a relação da GM com o Brasil tem quase 90 anos e continuará sendo planejada a longo prazo.

"Estamos no Brasil há quase 90 anos e este é um importante mercado. Reconhecemos que há desafios há médio e longo prazo mas como eu disse, estamos aqui há quase 90 anos e vamos continuar por aqui", disse. Segundo Barra, a GM concluiu um investimento de R$ 5,7 bilhões em 2013.

A produção de veículos no Brasil caiu 20,5% em julho, em relação ao mesmo período de 2013, e somou 252,6 mil automóveis, segundo a Anfavea (associação de montadoras). Esse foi o pior resultado para o mês desde 2006, quando foram produzidos 202,9 mil automóveis.

Com o resultado ainda ruim no ano, algumas das principais montadoras de automóveis do país preparam novas rodadas de afastamento de funcionários. Em julho, a GM avisou aos sindicatos que haveria suspensão temporária de contrato de trabalho (lay-off) na unidade de São José dos Campos (SP).

Na semana passada, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) e a empresa não entraram em acordo sobre a suspensão temporária dos contratos de trabalho em reunião. O sindicato afirma que só aceitará a suspensão, também chamada de "lay-off", caso a GM conceda garantia de estabilidade no emprego a todos os funcionários da unidade.

Barra afirmou que agradeceu à Dilma pelas medidas adotadas nos últimos anos com objetivo de esquentar a indústria automobilística no país. "Tivemos oportunidade de discutir medidas para fazer nossa indústria mais eficiente. Agradeci a redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] e as melhorias das condições de crédito", disse.

Questionada sobre possíveis demissões em fábricas nos países latino-americanos, Barra afirmou que não poderia fazer nenhum outro anúncio nesta quinta-feira (14).

Campos

Ao iniciar sua fala, Barra apresentou suas condolências pela morte de Eduardo Campos, ocorrida nesta quarta-feira (13). Sem comentar um cenário eleitoral ou econômico, ela apenas disse que o país perdeu um grande político.

Na última quarta, Dilma suspendeu sua agenda de campanha até o fim da semana mas hoje, além de Barra, ela se reúne ainda com grandes doadores de campanha. Às 15h, ela recebe Joesley Batista, presidente do Conselho de Administração do Grupo JBS, dono da marca Friboi, e às 16h30, Dilma atende Lázaro Brandão e Luiz Carlos Trabucco Cappi, do Banco Bradesco.

A JBS doou, até agora, R$ 53,3 milhões no total, sendo R$ 5 milhões para a campanha à reeleição de Dilma. O Bradesco ainda não fez doações neste ano mas em 2010 doou R$ 2,1 milhões para o PT.

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Folhapress