Global

Investimento da Vale gerará retorno cem vezes maior

Cerca de 80 pessoas trabalham no novo espaço em Nova Lima

Qui, 21/09/17 - 03h00
Para o mundo. Vagner Loyola explica que o centro vai gerir 300 navios, além de portos e ferrovias | Foto: Douglas Magno

A mineradora Vale investiu R$ 9,3 milhões em um Centro de Operações Integradas (COI) global que vai lhe garantir, em aumento de produtividade e redução de custos, US$ 300 milhões (cerca de R$ 939 milhões). O objetivo é aumentar a competitividade da empresa no mercado internacional. O COI da Vale foi divulgado nesya quarta-feira (20), durante a Exposição Internacional de Mineração (Exposibram) e o Congresso Brasileiro de Mineração, que acontecem simultaneamente no Expominas até esta quinta (21). Porém, o centro começou a funcionar neste mês, na mina de Águas Claras, em Nova Lima, na região metropolitana da capital mineira. Ele reúne cerca de 80 profissionais das áreas de programação, precificação, planejamento de vendas, navegação, distribuição e vendas. “Optamos por montar o COI em Minas Gerais porque a inteligência já estava no Estado, a parte administrativa, de marketing”, conta o gerente de inovação de TI da Vale, Jânio Souza.

As decisões tomadas no COI vão impactar as operações da empresa no Brasil, China, Singapura e Suíça. A ideia do centro é que a tomada de decisão – do planejamento de produção até a venda e a distribuição – seja feita em conjunto e baseada em dados apresentados em tempo real. Na parte de custos, o foco é na logística. O centro conta com um sistema de otimização para gerir os 300 navios que a empresa utiliza em diversas posições no mundo, além de portos e ferrovias. “Temos uma cadeia muito longa e complexa. Queremos otimizar as operações ao longo dela”, explica o diretor da cadeia de ferrosos da Vale, Vagner Loyola.

Outro sistema servirá para definir quais produtos devem ser priorizados pela empresa de acordo com as perspectivas de mercado. “A demanda por minério no mundo mudou. Além da queda de preço, temos uma variação muito grande. O COI vai planejar qual o melhor produto para aquele momento”, explica Loyola.

O projeto do COI terá uma segunda etapa finalizada até 2019 que vai render US$ 600 milhões. Serão desenvolvidos COIs nos corredores de produção, para otimizar a operação, e um centro de excelência onde os melhores profissionais de várias áreas vão se reunir para buscar soluções que impactam na cadeia produtiva. 

 

Segurança e ambiente não estão no COI 

O Centro de Operações Integradas (COI) da Vale não vai atuar nas questões de segurança, gestão de resíduos sólidos e sustentabilidade. “A iniciativa está relacionada com a cadeia produtiva do minério, não tem foco em outras áreas”, disse o diretor da cadeia de ferrosos da Vale, Vagner Loyola.

O COI integra ações de planejamento de produção, precificação, logística e vendas. Ainda serão criados COIs nos corredores de produção, e um centro de excelência vai buscar soluções para gargalos da empresa.

 

Venda de empresa é questionada

A realização de audiência pública foi aprovada nesta quarte-feira (20), pela comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, para avaliar a decisão do Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade) que autorizou, sem restrições, a aquisição da Vale Fertilizantes, em Patrocínio, no Alto Paranaíba, pela norte-americana Mosaic Fertilizantes do Brasil.[NORMAL_A] A audiência ainda será agendada.
Segundo o deputado federal Mário Heringer (PDT/MG), que pediu a audiência, a autorização do Cade enfraquece o mercado nacional de fertilizantes e foi “irresponsável”. A Mosaic é uma das maiores fornecedoras de fertilizantes no mercado brasileiro.
A Prefeitura de Patrocínio cassou a certidão de conformidade de funcionamento da Vale Fertilizantes na última sexta-feira. Por nota, a Vale informou que “opera conforme a legislação” e “aguarda manifestação das autoridades competentes para adoção de providências”.

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