Abusivo

Mais de 90% das revendas não têm mais gás de cozinha, diz sindicato

Com estoque baixo, preço do botijão aumentou 53%; alguns supermercados não abrirão neste domingo (27)

Dom, 27/05/18 - 03h00

Com o sexto dia da greve dos caminhoneiros, mais serviços começaram a ser afetados na capital e no interior do Estado. Além dos postos de combustível, o desabastecimento atingiu também as prateleiras dos supermercados, preocupando os consumidores que não encontraram diversos produtos, principalmente frutas e verduras. Muitos estabelecimentos, como o Supermercados BH, o SuperNosso, o Epa e o Verdemar, anunciaram que várias de suas unidades não vão abrir neste domingo (27). 

Quem precisou comprar gás de cozinha nesse sábado (26) pagou até 53,8% a mais no produto, que chegou a mais de R$ 100. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de GLP do Estado (Sirtgas), mais de 90% das revendedoras não têm mais estoque na capital. No interior, o quadro já chega a 100% de desabastecimento.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, Alexandre Borjaili, o preço médio praticado no Estado pelo botijão de 13 kg é de R$ 65. No entanto, nos últimos dias, o produto vem sendo comercializado até por R$ 100. “Os revendedores estão passando por muitas dificuldades, desviando barreiras, e estão se ameaçando para conseguir o produto de forma independente. Pedimos a todos paciência e que reduza o uso de forma cuidadosa”, alertou. 

A advogada Miriam Araújo, 55, ligou para dez distribuidoras em Contagem, na região metropolitana, até conseguir encontrar o produto por R$ 120. Na compra anterior, gastou R$ 75. “Estamos reféns, pedi o comprovante, e a explicação que me deram é que não estão emitindo para evitar possíveis denúncias”. 

Segundo o gerente de uma distribuidora no bairro Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, os botijões acabaram na última quinta-feira (24). Sem previsão de reposição, o prejuízo é de, cerca de R$ 4.000 por dia. “Ficamos aqui só para dar satisfação para os clientes, mas estamos de mãos atadas”. 

Fiscalização. Os preços praticados pelos 8.500 pontos de revenda no Estado, 1.200 só em Belo Horizonte, de acordo com Alexandre Borjaili, presidente do Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de GLP de Minas Gerais, estão sendo acompanhados pela entidade e pelo Ministério Público. “Nos solidarizamos com o Procon e consideramos abusivo o oportunismo de quem tenta tirar proveito desse momento complicado”, afirmou. 

Fiscais do Procon-MG e da Polícia Militar estão nas ruas das cidades mineiras na tentativa de barrar o abuso dos comerciantes. Na capital, as queixas devem ser registradas pela população na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e no Procon-MG.

 

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