Reforma da Previdência

Mesmo sem garantia, Temer quer abrir votação na terça

PMDB e PTB fecham questão para aprovar texto, mas não preveem punição

Qui, 07/12/17 - 02h07

Brasília. O presidente Michel Temer reduziu o piso e agora espera contabilizar pelo menos 290 votos favoráveis à reforma da Previdência para colocar a proposta em votação na próxima terça-feira, dia 12. A meta baixou em relação às últimas semanas – quando o governo estabelecia 330 votos para levar o texto ao plenário da Câmara – diante das dificuldades que os deputados têm apresentado em apoiar a medida. O governo conta com as discussões na própria Câmara para conseguir mais votos e que mais partidos fechem questão favoravelmente ao texto. Na quarta-feira (6), PTB e PMDB fecharam questão, embora esse último não tenha estimulado punições para quem votar contra o governo. Para a reforma ser aprovada são necessários 308 votos.

O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que a data de votação da reforma da Previdência seria definida entre quarta e quinta-feira (7). Até o fechamento dessa edição, não havia confirmação da data. Mansur disse que, atualmente, o governo conta com cerca de 260 votos.

A Executiva nacional do PMDB referendou a decisão da bancada do partido na Câmara e fechou questão a favor da reforma. O placar foi 19 a 3 a favor do fechamento de questão. João Arruda (PR), Mauro Mariani (SC) e o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, foram os que se posicionaram contra a medida. Na prática, fechar questão significa obrigar os parlamentares do partido a votarem a favor da reforma, sob pena de punições que podem chegar à expulsão da legenda. No entanto, o ministro Moreira Franco (Secretaria Geral) disse não haver previsão de punição para os infiéis. No entanto, o presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), não descarta punições.

O PMDB foi o segundo partido a anunciar fechamento de questão. Com uma bancada de 16 deputados, o PTB anunciou mais cedo que obrigará seus parlamentares a votarem a favor da reforma. Na decisão, assinada pelo presidente nacional da legenda, o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), o partido não deixa claro qual será a punição aos deputados que desobedecerem a decisão. O PSDB ainda vai definir em reunião a ser marcada nos próximos dias. O governo reuniu na quarta-feira deputados membros dos partidos da base aliada para pedir a eles o fechamento de questão. O Planalto espera que a posição do PMDB inspire outros partidos a fecharem questão, entre eles, PP e PRB. Na terça-feira, a executiva nacional do PRB chegou a se reunir para deliberar sobre o assunto, mas, no fim, decidiu só bater o martelo após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcar a data da votação. 

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