Procura

Nem parece Natal para feirante, e a compra é cautelosa

Em feira de Contagem, vendas já sofreram queda de 70%

Por Juliana Gontijo
Publicado em 21 de dezembro de 2014 | 04:00
 
 
Espera. Consumidores aguardaram a chegada da segunda parcela do 13º para ir às compras ontem Foto: Ricardo Mallaco

A cautela do consumidor na hora de abrir a carteira para as compras natalinas é sentida pelos feirantes e lojistas na chamada “feira do Paraguai”, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Não está nem parecendo Natal. A procura está muito fraca. Dezembro está parecendo um mês normal”, contou a feirante Gislene Reis, que comercializa bijuterias na feira há 15 anos. Gislene disse que as vendas de dezembro até ontem sofreram queda de 70% ante o mesmo período de 2013. “O consumidor quer algo de qualidade e barato. Estão segurando as compras o quanto podem. Acho que estão com receio de 2015”, observou.


A feirante Maria Aparecida Pinheiro Reis, que comercializa roupas no local há 15 anos, reclama do movimento. “Na mesma época, no ano passado, eu vendi 40% mais”. Aliás, não é só dezembro que está deixando a desejar. Maria Aparecida conta que 2014 teve 30% de recuo nas vendas na comparação com 2013. “Todo ano de eleição é ruim. Espero que melhore com o pagamento da segunda parcela do 13º”.

Pé no freio. A assistente financeira Tatiana Vida reduziu a lista de compras para o Natal em 50% neste ano. “O cenário para 2015 não é bom”, justificou. O maçariqueiro Wellington Vieira também vai economizar. “Comecei a fazer as compras hoje (ontem). Estava esperando a segunda parcela do 13º para não usar o cartão de crédito”, contou.

A bancária Fabiana Moreira Alves está receosa com o futuro e já colocou o “pé no freio” nas compras. “Eu reduzi quatro presentes da lista. No ano passado, eu sai comprando presente para todo mundo”, contou.

A estudante Polyana Aparecida Naiara Edwiges Silva Gandra procurou a feira por causa da variedade de produtos e preços. Assim como Tatiana Vida e Wellington Vieira, ela pretende comprar menos este ano. “Já fiz algumas compras antes. Eu não vou comprar presentes para todo mundo”, disse.