A Nestlé assinou na madrugada desta quinta-feira (7/9) o contrato para aquisição do Grupo CRM, dono da Kopenhagen e Brasil Cacau. A empresa, porém, não informou o valor da negociação, mas especula-se no mercado algo em torno de R$ 4,5 milhões. O acordo agora está sujeito à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e será submetido ao órgão regulados nas próximas semanas. A expectativa, segundo a empresa, é que o fechamento da transação ocorra em 2024.  

A multinacional adquiriu a totalidade da participação do FIP Dutch, cujos quotistas são fundos geridos pela Advent International, no Grupo CRM. Para garantir o sucesso da transação, Renata Moraes Vichi, que está na empresa há 25 anos, continuará à frente da operação do Grupo, como acionista e CEO. “Ao lado da Advent, fizemos em 3 anos o resultado que era esperado para 5, e hoje firmamos essa parceria com a Nestlé certos de que ainda temos um longo caminho a percorrer até o nosso sonho grande”, celebra Vichi.

Atualmente, o Grupo CRM tem mais de 1 mil lojas e é um dos maiores franqueadores do Brasil. “Entendemos que temos uma grande oportunidade de acelerarmos segmentos de maior valor agregado, fortalecendo ainda mais a categoria de Chocolates no Brasil”, afirma Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil. 

Wilson Rosa, sócio da Advent Internacional, Renata Vichi, CEO do Grupo CRM e Marcelo Belchior, CEO Nestlé Brasil. Foto: Divulgação

Em 2020, os fundos geridos pela Advent adquiriram o controle do Grupo CRM com o objetivo de apoiar o crescimento da companhia. Quando a Advent fez a negociação, a Kopenhagen faturava R$ 450 milhões e tinha um EBITDA, espécie de indicador da saúde financeira das empresas, de R$ 120 mi, hoje estimado em R$ 200 mi. 

Marca centenária, a história da Kopenhagen começou em 1928 e clássicos como Língua de Gato, e Nhá Benta viraram produtos icônicos entre os brasileiros. São mais de 600 lojas no país. Já a  Brasil Cacau está no mercado desde 2009 e tem mais de 400 unidades distribuídas em todo o Brasil.

De 2002 até junho deste ano, a Nestlé enfrentou uma batalha com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pela aprovação da compra da Garoto. Após esse impasse de anos, segundo o Brazil Journal, primeiro a noticiar a compra da Kopenhagen, a multinacional pediu o aval do Cade para o novo investimento no Brasil.