Amigo secreto

Nova revolução no bate-papo

Usuário que quiser amizade aleatória só precisa chacoalhar o celular para achar alguém

Por CRISTINA MORENO DE CASTRO
Publicado em 17 de julho de 2013 | 03:00
 
 

SÃO PAULO. Imagine você balançar seu smartphone de um lado para o outro, enquanto uma pessoa a 16.642 km de distância, na Tailândia, faz o mesmo. Ligados por esse gesto, um aplicativo conecta vocês dois, aleatoriamente. A partir daí, amizade aceita, você pode enviar ao novo interlocutor uma mensagem de texto em um idioma entre 18 disponíveis, pode se comunicar falando, como em um walkie-talkie e, até mesmo, assistir à pessoa, ao vivo, em comunicação “face a face” e instantânea de vídeo. Ah, sim, e de graça.


Até então, essa já era a realidade para 300 milhões de usuários cadastrados no aplicativo WeChat, lançado há dois anos pela companhia Tencent, com sede em Hong Kong. Desse público, 230 milhões estão na China e outra boa parte – não revelada pela companhia – em outros países da Ásia. Agora, a expectativa é que o aplicativo alcance o mercado global, em 220 países – Brasil inclusive.

Aqui, o aplicativo se lançou oficialmente apenas ontem, apesar de já existir em língua portuguesa há um ano, disponível para download na App Store. Desde anteontem, o horário nobre das emissoras de TV Globo e SBT passou a exibir a campanha do app, com direito a Lionel Messi como garoto-propaganda. A Record também vai transmitir a campanha em breve. Por que o empenho? “Brasileiro gosta de conversar e de se socializar”, disse o representante do aplicativo no Brasil, Thomas Prufer, ao responder sobre a aposta no país, durante o evento de lançamento ontem, em São Paulo.

O fato é que o Brasil é a “menina dos olhos” de todas as grandes empresas de tecnologia. Segundo dados do Ibope/WIN divulgados pelo próprio WeChat, os brasileiros gastam 84 minutos por dia em seus smartphones, contra uma média mundial de 74 minutos. Além disso, o país possui 265 milhões de linhas telefônicas ativas, e 36% de todos os celulares do país já são smartphones.

Concorrência. E como competir com tantos rivais, alguns já tão estabelecidos, como WhatsApp, Viber e Skype? “É um novo nicho de mercado e existem vários players no mundo, mas acreditamos que o WeChat é o mais completo, além de ser gratuito”, diz Thomas Prufer. Ele, que é brasileiro, diz que demorou um ano até divulgar o WeChat no Brasil porque ainda estava “aprimorando” o produto e porque “não era o momento”. Se realmente pegar – o que só esperando pra ver –, é possível que o app passe a ter alguns recursos pagos, como jogos, assim como já acontece na Ásia. Mas Prufer garante que a essência do aplicativo será sempre gratuita.

Viajou a convite do WeChat Brasil