Saída

Opções baratas estão na rota 

Intercambistas descobrem outras opções, como a ilha de Malta, com custo menor, mesmo em euro

Dom, 14/02/16 - 03h00
Na estrada. Trabalhar é condição fundamental para Priscila sair do país; ela vai para a Austrália | Foto: JAQUES DIOGO

Com o dólar norte-americano caro, muitos intercambistas fizeram as contas e mudaram os destinos de suas viagens. É o caso da gerente de loja Alessandra Souza, que trocou Nova York, nos Estados Unidos, por Toronto, no Canadá. “Nova York é uma cidade cara para morar. Só a escola custa o dobro da opção canadense”, diz Alessandra.

Além do valor, ela levou em conta na escolha do destino o fato de ter uma amiga que mora em Toronto, que é a maior cidade do Canadá. “Lá posso fazer um curso técnico que me garante o direito de trabalhar meio período”, observa a jovem formada há dois anos em administração de empresas.

Uma ilha no Mediterrâneo de colonização britânica também vem despertando o interesse de quem pretende fazer intercâmbio, segundo as agências do setor. O atrativo de Malta, conforme o gerente de negócios da Central do Estudante, Fernando Passos, é o preço bem mais acessível, mesmo sendo o euro a moeda oficial. “O custo de vida lá é barato em relação a outros países na Europa, como a Inglaterra”, observa Passos.

Ele diz que esse destino é mais procurado para cursos de curta duração, de um a dois meses. “Cidades menores, destinos menos conhecidos, no geral, têm preços melhores. As capitais têm custo de vida mais caro, e isso pesa mais para quem pretende ficar mais tempo e só estudar”, diz o gerente.

E foram o preço mais em conta e as belas paisagens que fizeram a turismóloga Mariana Maia trocar um curso de espanhol em Buenos Aires por um de inglês na ilha de Malta. “A diferença foi considerável, quase a metade do preço. Aliás, ultimamente, dólar e euro não estão com a cotação tão distante”, frisa.

Ela conta que outras opções mais vantajosas financeiramente eram Canadá e África do Sul. Entretanto, a possibilidade de se fazer turismo aos finais de semana em países da Europa próximos pesou na hora da escolha.

Na World Study, Malta já é o quinto destino mais procurado, segundo o diretor da empresa em Belo Horizonte, Paulo Silva. “A vantagem é que a ilha está na Europa, mas com custo de vida baixo. É mais uma opção para quem quer estudar inglês”, diz. Na agência, as quatro primeiras colocações são ocupadas, respectivamente, por Canadá, Austrália, Irlanda e Nova Zelândia.

O agente especializado em imigração para a Austrália e diretor da M.Quality, empresa de assessoria em imigração e negócios, MaCson Queiroz, diz que o bom momento da economia tem atraído migrantes para a Austrália, que presenciou queda no Produto Interno Bruto (PIB) pela última vez em 1991. No terceiro trimestre de 2015 frente a igual intervalo do ano anterior, o crescimento da economia foi de 2,5%.

 

Conciliar estudos e trabalho na Austrália definiu a escolha 

A possibilidade de se poder conciliar estudos com trabalho foi um dos motivos que pesou na decisão de Priscila Martins de ir para a Austrália em maio deste ano. “Preciso trabalhar para me manter lá e essa possibilidade me chamou a atenção”, observa.

Ela conta que nunca viajou para fora do país, mas que vontade não faltou. “Estou animada com a viagem. Será uma oportunidade de aprender inglês e ainda conhecer um lugar bonito. Acredito que, se eu voltar para o Brasil, terei mais possibilidades no mercado de trabalho por ter morado fora”, diz. Priscila conta que fez um ano do curso de arquitetura, mas acabou trancando. O pontapé para a decisão de passar uma temporada fora do país veio do incentivo da namorada e de um amigo dela.
 
 
Qualidade de vida é mais um atrativo
 
Além do crescimento da economia, a qualidade de vida é um chamariz para quem deseja migrar para a Austrália, segundo o agente especializado em imigração para o país e diretor da M.Quality, empresa de assessoria em imigração e negócios, MaCson Queiroz. Ele ressalta que Melbourne foi eleita pela unidade de inteligência da “The Economist” como a melhor cidade do mundo para se morar.

E para quem decidir ir, há oportunidades no agronegócio. O consultor imigratório, no mercado há 14 anos, ressalta que a agroindústria ocupa o terceiro lugar na economia do país. 

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