Polêmica

Pampulha vira caso de política

Kalil acusa ministro Moreira Franco de dar “canetada” em veto para volta de voos na Pampulha

Qui, 18/05/17 - 03h00
Polêmica. Deputado e o prefeito de BH, Alexandre Kalil, ainda tentam reativar o aeroporto da Pampulha para rotas para fora do Estado | Foto: Carlos Alberto Pereira/ Imprensa MG

Durante almoço com o presidente Michael Temer (PMDB), nessa quarta-feira (17), em Brasília, o deputado mineiro Fabio Ramalho (PMDB) pediu para que o veto do Ministério dos Transportes às rotas fora de Minas Gerais a partir do aeroporto da Pampulha seja revisto. Portaria da pasta publicada no último dia 12 colocou fim a um embate entre favoráveis e contrários à volta de voos nacionais com aeronaves de grande porte ao terminal. Ramalho disse a Temer que a bancada mineira não vai desistir de lutar pela proposta.

Além do parlamentar, o prefeito da capital, Alexandre Kalil, e empresários da região da Pampulha são favoráveis à volta das atividade no terminal. Moradores da região e a BH Airport, concessionária do aeroporto de Confins, são contrários. “Falei com o presidente sobre a ociosidade do terminal e de como a população seria beneficiada com a retomada dos voos”, disse Ramalho. Além disso, o parlamentar disse que comentou com o presidente sobre a necessidade de uma ponte área para Brasília e São Paulo. “Essas pontes aéreas vão facilitar a vida do empresário mineiro; não queremos prejudicar Confins, mas acreditamos que é possível, como acontece em outras cidades, conviver com dois aeroportos”, disse.

Alexandre Kalil, na manhã dessa terça-feira (17), também criticou o veto. “Nós vamos continuar lutando, porque ficamos sabendo ontem que a ordem (do veto) veio do ministro que frequenta Belo Horizonte, que conhece muito Belo Horizonte, que vive aqui, que é o Moreira Franco. É um cara assíduo aqui, conhecido da população. Ele mandou dar uma canetada e resolveu um problema”, ironizou o prefeito. “Eu não quero brigar com ninguém, mas tenho obrigação de lutar para revitalizar uma zona importante, que está morta”, completou Kalil. “Nós vamos recorrer aos deputados, aos senadores. Nós queremos caneta aqui é para saneamento básico, para recapeamento, para obra”, criticou ainda. Segundo o prefeito, ele defende a “coisa pública”. “Quem tem que defender empresa privada não é governo, não é o ministro. A pequenez de pensar que alguns voos na Pampulha vão atrapalhar Confins”, completou.

No final da tarde de dessa terça-feira (17), Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, rebateu as declarações de Kalil. “Não o conheço o suficiente para fazer nenhum juízo sobre ele. E ele também não me conhece. Uma irresponsabilidade um prefeito de uma capital tão importante fazer esse tipo de declaração” disse. “Já me encontrei com ele no gabinete do governador de Minas, que na época era Antônio Anastasia, para conduzir a solução para o aeroporto de Confins (concessão). Desde então, depois que saí da aviação (foi secretário da Aviação Civil no governo Dilma Rousseff), não tenho nenhuma responsabilidade no assunto. Existe dentro do governo um órgão que cuida dessas questões, e ele, como prefeito tão importante, deveria saber quem é”, afirmou.


Outro ato político

- O aeroporto da Pampulha será tema de audiência na Câmara dos Deputados no próximo dia 23, terça-feira.

- A Comissão de Viação e Transportes aprovou requerimento do deputado Laudívio Carvalho (SD) para debater a retomada de voos de grande porte no aeroporto.

- Serão convidados os órgãos federais responsáveis pela gestão do transporte aéreo no país, a BH Airport, os prefeitos de Belo Horizonte e dos municípios do Vetor Norte.

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