Peso

Pedágio na 040 já pode começar a ser cobrado em julho

De Sete Lagoas para BH todo dia, gasto deve ser de R$ 200/mês

Qua, 17/06/15 - 03h00
Cobrança. Instalação das praças de pedágio devem ser concluídas em 30 dias, segundo Via 040 | Foto: JOAO GODINHO / O TEMPO

Milhares de moradores de Sete Lagoas, região Central de Minas, que trabalham ou estudam em Belo Horizonte, terão que gastar mais R$ 200 por mês só com o pedágio que pode começar a ser cobrado já no próximo mês, na BR–040. Com a tarifa de R$ 3,22 estipulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para o transporte de carga o prejuízo será bem maior, já que o valor do pedágio pode ser cinco vezes acima da tarifa básica. Esse e outros postos de pedágio, nos 936,8 km entre Juiz de Fora e Brasília, têm gerado revolta entre os representantes dos municípios margeados pela rodovia, que estiveram nesta terça na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) em busca de explicações e respostas para os problemas. 

A figura mais esperada da audiência pública, Túlio Abi Saber, que preside a Concessionária Via 040, no entanto, não apareceu e deixou deputados, especialistas, autoridades municipais e líderes comunitários sem respostas aos principais anseios. Caso a empresa não se manifeste nos próximos dias, os deputados Glaycon Franco (PTN), Carlos Pimenta (PDT) e Isauro Calais (PMN) prometem formalizar uma denúncia junto ao Ministério Público e acionar a Justiça para isentar a cobrança pelos moradores das cidades ou a mudança dos locais onde foram instaladas as praças de pedágio.

“Esse senhor (Túlio Abi Saber) deve mesmo ser um turco, porque foi escolher um local estratégico para instalar o pedágio: dez quilômetros antes de Sete Lagoas. Isso foi uma sacanagem com as milhares de pessoas que se deslocam diariamente para trabalhar ou estudar na capital”, disparou Carlos Pimenta, sugerindo que o presidente da Via 40 esteja querendo lucrar com a praça de pedágio.

O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais, Vander Francisco Costa, levou à audiência o temor pelo alto valor cobrado aos caminhoneiros – cerca de cinco vezes o valor da tarifa básica. “Com o governo sem dinheiro para infraestrutura, esse é o remédio amargo que teremos de engolir e repassar esse custo para o frete”, sinalizou. Em Barbacena, no Campo das Vertentes, a queixa é similar. O pedágio dividirá distrito e localidades da cidade, o que forçará cerca de 10 mil moradores a pagarem pelo deslocamento.

O especialista em regulação e coordenador de Infraestrutura Rodoviária da Unidade Regional de Minas da ANTT, Cláudio Valadares, que esteve presente, explicou que a lógica para as praças de pedágios é uma a cada 80 quilômetros. “Não vejo possibilidade de alterar o local delas”, avisou. Lideranças comunitárias de Congonhas cobraram obras para evitar mortes e prometeram fechar a rodovia, caso não obtenham consigam melhorias urgentes.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.