dívidas de Natal

Pesquisa identifica que 48% das pessoas vão comprar presentes a prazo

Segundo levantamento do SPC e do portal Meu Bolso Feliz, no ano passado, 39% dos consumidores tiveram seus nomes incluídos em entidades de proteção ao crédito

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 27 de novembro de 2014 | 12:34
 
 

O impacto das compras de fim de ano no orçamento dos consumidores brasileiros não deve ser subestimado. De acordo com um detalhamento exclusivo da pesquisa sobre o endividamento no Natal do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do portal Meu Bolso Feliz, quase a metade dos entrevistados (48%) afirmam que vão abrir mão do débito e do dinheiro para comprar os presentes de Natal a prazo. Considerando apenas os homens, esse hábito é ainda mais frequente, chegando a 54% dos entrevistados.

Com uma média de 4,9 parcelas por compra, esses consumidores devem pagar as parcelas até o mês de maio do ano que vem. Para chegar a este e outros resultados, os pesquisadores entrevistaram 624 consumidores de ambos os sexos e de todas as classes sociais nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais.

De acordo com o estudo, as despesas com o Natal do ano passado já levaram 39% desses endividados ― pessoas que têm parcelas a pagar ― a terem o nome incluído em entidades de proteção ao crédito. Este percentual é ainda mais expressivo entre as mulheres (47%) e entre pessoas das classes C, D e E (55%).

Segundo a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti, o brasileiro deve fugir do superendividamento para não ter uma surpresa desagradável no início do ano que vem. "O orçamento doméstico costuma apertar no começo do ano com a cobrança de impostos como IPTU, IPVA e despesas com matrícula e material escolar. Se a pessoa não tem uma boa reserva para contar, acaba ficando inadimplente", explica Kawauti.

Crescem as compras no cartão de crédito

Embora 50% dos consumidores ainda prefiram usar o dinheiro na hora de pagar pelas compras, houve crescimento significativo no uso do cartão de crédito parcelado, que passou de 16% em 2013 para 27% em 2014 ― um aumento de 11 pontos percentuais. Para Kawauti, o cartão de crédito é uma excelente maneira de parcelar as compras, mas deve ser muito bem utilizado, sob o risco de pagar juros excessivamente altos e principalmente, o de realizar um volume de compras além da capacidade real de pagamento por parte do consumidor.

Compras de fim do ano

A dica do SPC para o fim do ano é que as pessoas fujam do endividamento excessivo, pois o início do ano tem o recolhimento de impostos como Predial e Territorial Urbano (IPTU), sobre a Propriedade de Veículos Automotores Terrestres (IPVA), além de despesas com matrícula e material escolar. Embora metade dos consumidores ainda prefira usar o dinheiro na hora de pagar pelas compras, houve crescimento no uso do cartão de crédito parcelado, com um aumento de 11 pontos percentuais, informou o SPC.

Segundo a entidade, os consumidores  devem usar o décimo terceiro salário para pagar as dívidas que porventura existam, anotar todos os compromissos futuros como matrículas, material escolar, IPVA, IPTU, entre outros, e, no caso dos autônomos, lembrar que no começo do ano o faturamento pode ser fraco. Além disso, é bom fazer uma lista das pessoas que irão receber os presentes de Natal e limitar os gastos dentro do orçamento.