Pós-recessão

Produção de veículos no país vê 'a luz no fim do túnel'

Montadoras tiveram o maior volume mensal desde outubro de 2014

Por Da Redação
Publicado em 06 de abril de 2018 | 03:00
 
 
Fábrica da Volkswagen no Paraná, que já faz Fox e Golf, vai produzir o novíssimo T-Cross Foto: Volkswagen/divulgação

SÃO PAULO. A produção de veículos no Brasil, que tem crescido gradualmente desde 2017 depois de uma queda acumulada de cerca de 30% em 2015 e 2016, conseguiu chegar, em março deste ano, a um volume próximo ao do início da crise econômica. É o que mostra o balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nessa quinta-feira (5).

Foram fabricadas 267,5 mil unidades no terceiro mês de 2018, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, o maior volume mensal desde outubro de 2014, quando a recessão da economia brasileira dava seus primeiros sinais. O resultado representa crescimento de 13,5% em relação a igual mês do ano passado e de 25,3% na comparação com fevereiro.

Os volumes do primeiro trimestre também se aproximam do início da crise. De janeiro a março deste ano, a produção somou 699,6 mil unidades, um crescimento de 14,6% em relação ao resultado do primeiro trimestre do ano passado. O setor também superou as 663 mil unidades produzidas no primeiro trimestre de 2015. No entanto, ainda está longe de alcançar o resultado do primeiro trimestre de 2014, de 791,6 mil unidades.

Venda. Enquanto saíram das montadoras 267,5 mil unidades em março, foram vendidos no país 207,3 mil veículos novos no mês – alta de 9,6% em comparação com igual mês do ano passado e crescimento de 32,2% sobre o resultado de fevereiro, segundo a Anfavea. No acumulado do ano, o mercado sobe 15,6% em relação a igual período do ano anterior, para 545,5 mil unidades.

As exportações de veículos e máquinas agrícolas somaram US$ 1,575 bilhão em março, aumento de 18,4% em valores, na comparação com março do ano passado, e de 6,5% ante fevereiro. No ano, o setor tem avanço de 22,3% ante igual período de 2017, para US$ 4,088 bilhões.

Em número de unidades, no entanto, as exportações apresentam queda de 2,6% em relação a março do ano passado, para 67,4 mil. Na comparação com fevereiro, o setor registrou alta leve de 1,8%. No acumulado do ano, houve avanço de 3,3% em relação a igual período de 2017, para 180,2 mil unidades.

Emprego. Com o aumento na produção em todos os segmentos, as montadoras têm retomado investimento e aberto vagas de emprego. Só em março, 800 postos de trabalho foram criados pelo setor. A indústria automotiva nacional conta hoje com 131.221 funcionários, alta de 3,4% em relação ao nível de março do ano passado.


Números

25,1% foi a alta na produção de carros em relação a fevereiro

67,1% mais caminhões produzidos do que em março de 2017

9.800 veículos vendidos por dia no país em março, na média

4.335 empregos foram abertos no setor nos últimos 12 meses

Fiat propõe cisão da Magneti Marelli e ação salta mais de 5%

A Fiat Chrysler anunciou nessa quinta-feira (5) que planeja desmembrar seu negócio de componentes, a Magneti Marelli, e distribuir as ações resultantes a seus acionistas. Em reação à notícia, a ação da Fiat chegou a operar em alta de mais de 5,4% na Bolsa de Milão, onde fechou o dia com valorização de 4,85%.

Segundo a Fiat, o plano é completar a cisão até o fim deste ano ou começo de 2019, e as ações da Magneti Marelli deverão ser listadas em Milão.

Para o executivo-chefe da Fiat, Sergio Marchionne, a cisão permitirá à montadora ítalo-americana se concentrar em seu portfólio principal e fortalecer sua posição de capital.

A proposta de cisão está sujeita à aprovação de órgãos regulatórios e ao aval da diretoria da Fiat, disse a empresa. Nenhuma informação foi mencionada sobre a situação das unidades brasileiras da Magneti Marelli, que inclui uma em Contagem.