Confins

Puxadinho de R$ 26 mi está sob poeira e pode ser demolido

Quase pronto, terminal remoto depende de aval da Anac, mas pode sair dos planos de novo dono

Por Queila Ariadne
Publicado em 05 de agosto de 2014 | 03:00
 
 
Puxadinho de Confins está entregue à poeira Foto: Moisés Silva

O puxadinho de Confins está praticamente pronto. A reportagem conseguiu entrar no local e constatou que quase tudo já está em seu devido lugar, esperando a homologação da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Enquanto ela não vem, os guichês, as esteiras para bagagem e a sala de embarque vão empoeirando. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) diz que deve entregar o chamado Terminal 3 ainda em agosto. No entanto, a operação, que já era para ter começado na Copa do Mundo, não vai começar imediatamente porque depende da liberação da Anac.
 

A agência, por sua vez, explica que ainda depende de finalizações da Infraero. “O operador aeroportuário deve apresentar documentos pendentes à Anac. Por essa razão, não é possível prever a data de liberação dessa infraestrutura, tendo em vista que o processo somente poderá ser finalizado após o saneamento, pelo operador aeroportuário, das pendências citadas”, afirma a Anac, por meio de nota.

A partir do dia 12 de agosto, a Infraero não será a única à frente das decisões em Confins, pois o novo concessionário – BH Airport – assumirá o comando.

Mesmo sem ser inaugurado, ainda não se sabe ao certo o destino do puxadinho, que ficará a cargo do BH Airport. No edital da concessão, estudos de viabilidade previam a construção do Terminal 2, até 2016, o que já foi confirmado pelo sócio privado. Previam também um terceiro terminal. Entretanto, como o terceiro está previsto para um local diferente de onde de fato foi construído, não está descartada a chance de derrubar o puxadinho, como aconteceu em Brasília.

Quando assumiu o aeroporto presidente Juscelino Kubitscheck (JK), a Inframérica derrubou o terminal provisório e construiu outro. A diferença entre Brasília e Belo Horizonte é que lá, o puxadinho era pré-moldado, custou R$ 3,5 milhões e, após ser derrubado, foi reaproveitado no Terminal 2 que a Inframérica construiu n JK. O puxadinho de Confins foi feito em uma edificação que já existia, de um antigo prédio da Aviação Geral. A obra consumiu investimentos de R$ 26,82 milhões. O BH Airport só vai se pronunciar após assumir a gestão de Confins.

A construção do Terminal 3 começou em meados de 2013 e era para ter sido entregue em abril deste ano. Mas o cronograma foi revisto e não ficou pronto para a Copa. Mesmo assim, durante o evento, foi usado para aviação executiva.

Cronologia das licitações

Setembro de 2012: Primeira tentativa de licitação do puxadinho fracassa. Sete empresas demonstram interesse, mas nenhuma aceita baixar para o valor que a Infraero quer pagar. O piso era de cerca de R$ 48 milhões e a proposta mais baixa era de R$ 79 milhões

Novembro de 2012: Outra tentativa fracassada de licitação

Maio de 2013: Mais uma vez, a licitação do puxadinho não tem interessado

Junho de 2013: Infraero decide usar prédio já existente para baixar custo. Após três tentativas fracassadas, recorre ao Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Urb Topo/EPC aceita receber R$ 22,3 milhões e vence, mas obra fica em R$26,8 milhões

Potencial

Capacidade. O puxadinho tem potencial para ampliar em mais de 50% a capacidade anual de Confins, que hoje, só com o Terminal 1, é capaz de receber cerca de 10,2 milhões de passageiros.