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Quaresma eleva demanda e faz preço dos pescados subir até 19,34% em BH

Em média, peixes e frutos do mar estão 2,19% mais caros. Alguns itens, como o camarão rosa, registram aumento de até 19,34%

Qui, 27/02/20 - 03h00
No geral, a aumento médio de produtos altamente procurados nessa época do ano, foi de 2,19% | Foto: Ramon Bittencourt/O TEMPO

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A Quaresma deste ano começa com um aumento de até 19,34% nos peixes e frutos do mar, em relação ao mesmo período do ano passado. É o caso do quilo do camarão rosa, que passou de R$ 90,10, em 2019, para R$ 107,51.

No geral, a aumento médio de produtos altamente procurados nessa época do ano, foi de 2,19%, segundo pesquisa do site Mercado Mineiro.

No mesmo período, a inflação acumulou alta de 4,60%, de acordo com cálculo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead-UFMG). 

O coordenador do portal, Feliciano Abreu, observa que os outros tipos de carne subiram tanto, que o consumidor tem tido a sensação de que os pescados nem estão tão mais caros.

“Em média, o peixe já é normalmente mais caro. Como em 2020 o reajuste foi mais baixo do que os das carnes bovinas, suínas e das aves, os mineiros nem estão sentindo tanto”, explica. 

Segundo o especialista, o mais recomendável é procurar itens com preços menores, entretanto, sem deixar de avaliar a qualidade, uma vez que pescados são produtos muito perecíveis.

“Estabelecimentos mais conhecidos, com mais tempo de mercado e que vendem o pescado durante todo o ano são mais indicados. Vale a pena comprar com o preço mais realista, e tentar equacionar o custo com a qualidade”, conclui Abreu.

Alguns itens, como a traíra, ficaram até mais baratos. O preço do quilo ficou 7,69% mais baixo em relação ao mesmo período do ano passado. 

Deusânia Oliveira é proprietária da peixaria Império dos Pescados, que fica no Mercado Central de Belo Horizonte. Há 18 anos no ramo, ela afirma que o aquecimento da demanda na Quaresma já não é mais como antigamente.

Mas, segundo a empresária, as vendas não estão subindo muito devido a uma mudança de hábitos do consumidor. Ela observa que as pessoas já têm consumido mais peixes ao longo do ano inteiro. 

“Ainda temos crescimento de vendas de cerca de 50% acima do normal. Só que antes, esse crescimento chegava a 150%. Nosso mercado foi diversificado, temos um volume de maior de empresas vendendo os produtos. Além disso, o mineiro está consumido mais peixe do que antigamente”, explica.

Após fortes aumentos, carnes bovinas e suínas estabilizam

Os pescados já estão mais caros no último mês. Em contrapartida o preço das carnes bovinas, suínas e das aves, que dispararam ao longo do ano passado, agora estão estáveis em Belo Horizonte. Alguns itens, como a asinha de frango congelada, até ficaram mais baratos: o preço do quilo caiu de R$ 14,69 para R$ 13,04.

O quilo da maminha de boi tradicional também barateou. O preço médio caiu 4,54% de janeiro para fevereiro (de R$ 30,87 para R$ 29,47).

Mas nem tudo recuou. O quilo do rabinho bovino, por outro lado, teve aumento de 30,7% no mesmo período. As informações são de um levantamento do site de pesquisas Mercado Mineiro. 

Segundo o coordenador do portal, Feliciano Abreu, agora é preciso ficar atento aos efeitos das exportações.

É que no começo de 2020, o governo dos Estados Unidos anunciou que pretende aumentar as importações. Se o país comprar mais, a oferta no Brasil ficará menor e os preços podem subir.

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