Em Minas

Só 41 cidades geraram mais de cem postos de trabalho em abril 

Caged aponta que nos cinco municípios com maior salto, 84% dos empregos vieram do campo

Por Queila Ariadne
Publicado em 12 de junho de 2016 | 03:00
 
 

Por dia, o Brasil fechou cerca de 5.000 vagas, considerando os últimos 12 meses. Só em abril, dado mais recente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), dos 853 municípios de Minas Gerais, apenas 41 tiveram saldo positivo acima de 100 entre contratações e demissões, ou seja, menos de 5%. Por trás de quem conseguiu achar sua vaga em pleno mar de desemprego, o agronegócio aparece com força. Das cinco cidades com maior saldo, 84% das novas vagas foram criadas no campo.

O café de Alfenas, no Sul de Minas; a agricultura em Pimenta, região Centro-Oeste; a batata e toda a cadeia de hortifruti de Santa Juliana, no Alto Paranaíba; o gado leiteiro e de corte em Patos de Minas; e a cadeia alimentícia de Uberaba, no Triângulo, geraram 2.465 dos 2.931 empregos de abril.

O peso da agricultura e pecuária será confirmado na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) pela Fundação João Pinheiro (FJP), marcado para os próximos dias. Segundo o pesquisador da FJP e professor de microeconomia do Ibmec, Glauber Silveira, não é possível antecipar os números. Entretanto, dá para afirmar com toda a certeza que o agronegócio, mais uma vez, terá resultados muito positivos. “Ele vai crescer, enquanto indústria, comércio e serviços vão continuar caindo”, adianta.

O também pesquisador da FJP Reinaldo Carvalho ressalta que, mesmo no ano passado, quando o setor teve queda de 2,3% no PIB, ainda tinha um desempenho superior aos demais segmentos. “Indústria caiu 9,1% e serviços recuou 2,8%. Apesar de positivo, temos que considerar não exatamente como melhor, mas como menos pior, uma vez que boa parte desses empregos tem a ver com colheitas pontuais”, avalia Carvalho.

De acordo com o diretor de gestão de processos de atendimento da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento (Sedese-MG), Emanuel Marra, a distribuição dos empregos no Estado é animadora. “Analisando essas cidades mineiras que tiveram saldo superior a cem vagas, constatamos que as oportunidades estão bem espalhadas pelas regiões do Estado”, observa.

A pedido da reportagem, Marra analisou os dados do Caged para confirmar quais atividades estão gerando mais empregos nessas cidades. “Em Alfenas, Pimenta e Santa Juliana, a maioria é da agricultura. Em Patos de Minas, além da agricultura, a construção aparece com muitas vagas. E, em Uberaba, que é mais diversificada, há grande geração na cadeia de produção de alimentos”, destaca o diretor.

Em todo o país

12 meses. De maio de 2015 a abril deste ano, 1,82 milhão de pessoas perderam o emprego com carteira assinada em todo o Brasil. No acumulado do ano, Minas ficou com saldo positivo.

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