Desperdício

Sonegação já ultrapassa R$ 318,8 bilhões em 2014 

Total não arrecadado construiria 11 mil postos de saúde

Por Queila Ariadne
Publicado em 21 de agosto de 2014 | 03:00
 
 
Alerta. Hoje e amanhã, belo-horizontinos verão o rombo em painel Foto: Antonio Cruz/agência brasil -25.9.2013

De 1º de janeiro até às 20h de ontem, o país deixou de arrecadar R$ 318,85 bilhões com sonegação. O rombo, que atualizado em tempo real, poderá ser acompanhado hoje e amanhã em um painel na praça Afonso Arinos, no centro de Belo Horizonte. A ferramenta, criada pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda (Sinprofaz), se chama sonegômetro e marcará o seminário “Inequidades do Sistema Tributário Nacional”, que o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual (Sindifisco-MG) promove nos dias 21 e 22 de agosto em Belo Horizonte, para discutir as diparidades da carga tributária e a necessidade de reforma.

“Só com esse montante sonegado, seria possível investir em cerca de 3,9 milhões de ambulâncias, 10,6 mil presídios ou 11 mil postos de saude. São dados cruzados entre o que é declarado e o que é de fato pago em impostos”, afirma o presidente do Sindifisco-MG, Luiz Sérgio Fonseca Soares.

Durante o evento, serão recolhidas assinaturas a favor da correção da tabela do Imposto de Renda. “Desde o governo FHC ( Fernando Henrique Cardoso), a tabela está defasada em 67%. Vamos recolher assinaturas para enviar ao Congresso e à Receita Federal”, afirma Soares.

Atualmente, quem ganha até R$ 1.787,77 por mês, é isento do Imposto de Renda. Se a defasagem fosse aplicada, só pagaria IR quem recebesse até R$ 2.985,57. “A correção anual da tabela é de 4,5% e a inflação é muito maior. Os pobres pagam mais imposto. Se a defasagem fosse recomposta, muita gente não precisaria pagar IR”, afirma Soares.

Essa será a primeira vez que Belo Horizonte receberá o sonegômetro. A ferramenta se baseia em um estudo do próprio Sinprofaz que estima um rombo fiscal de 415,1 bilhões de reais em 2013.