Arrojada

Transpes analisa fusões e aquisições para crescer mais

Empresa mineira de logística pode investir até R$ 250 milhões para adquirir outra companhia

Por Helenice Laguardia
Publicado em 22 de outubro de 2014 | 04:00
 
 
Empreendedores. Os irmãos Alfonso e Sandro Gonzalez, na sede da Transpes, em Betim, na Grande BH, que está entre as cinco maiores do país Foto: RICARDO MALLACO / O TEMPO

A visão estratégica do presidente da mineira Transpes – que atua no transporte de cargas especiais para os setores de mineração, infraestrutura, eólico, siderúrgico e metal no Brasil e Mercosul –, Sandro Gonzalez, 49, é de continuar crescendo. Com previsão de faturar R$ 340 milhões neste ano, e desafio de chegar aos R$ 500 milhões em 2016, Gonzalez explica que o crescimento orgânico da empresa está muito próximo do limite, e ela precisa de mais musculatura. Por isso, outras formas de crescimento como uma fusão e aquisição são analisadas. “É para nós participarmos em outros negócios que tragam sustentabilidade e um volume maior de receita”, justifica.

O diretor de infraestrutura e logística, Alfonso Gonzalez, 42, irmão de Sandro, também conta que eles são muito procurados por fundos de investimento – pelo menos um por mês – e que são dispensados. “Alguns chegam com os números da empresa querendo comprá-la, mas não prosseguimos com a negociação porque a Transpes não está à venda”, informa.

A empresa, de acordo com Alfonso, tem crescido cerca de 10% ao ano, nos últimos 14 anos. E em investimentos com renovação da frota e ampliação, o montante tem sido de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões por ano para a manutenção do crescimento orgânico.

Mas o que o presidente da Transpes, Sandro Gonzalez, prefere falar é em aquisição de outras empresas e formação de joint venture com companhias do segmento de logística. E as conversas têm acontecido com empresas nacionais, fora de Minas Gerais.

E esses ativos estão caros? Não. O presidente da Transpes responde que está na hora de ir às compras. “E acredito que vai continuar assim por mais um ano, porque 2015 é de ajustes”, explica. Nessas operações os preços são variáveis e começam em R$ 100 milhões, chegando até meio bilhão de reais no setor de logística, de acordo com Sandro Gonzalez. Mas a Transpes vai buscar algo num raio de negociação entre R$ 100 milhões até R$ 250 milhões.

O CEO explica que, se a empresa faz uma aquisição de outra muito maior do que a Transpes, acaba sendo sugada pelo modelo do outro. “Somos jovens e queremos manter a direção do negócio. Quem mantém o comando é o dinheiro, e é preciso ter mais da metade dos negócios. Então, não pode ser uma coisa muito maior do que a nossa”.

Sobre a abertura de capital na Bolsa de Valores, Sandro diz que nos próximos dois anos o IPO na Bolsa está descartado. Depois, há uma possibilidade.

Premiações

Conquista. A Transpes obteve duas premiações pela revista “Você S/A”: empresa-revelação destaque como novata (pela primeira vez que concorre) e melhor empresa no setor de transporte e logística.

História

- A Transpes foi criada por Tarcísio Gonzalez, que partiu da Galícia Espanhola e chegou ao Brasil em 1951.

- Quando veio para BH, conheceu Juscelino Kubitschek.

- Ao transportar um caminhão até Brasília, reencontrou-se com JK, que propôs a Gonzalez levar máquinas de movimentação de terra para a construção de Brasília. Nascia a Transpesminas.