Nova fase

Usiminas vai investir R$ 1 bilhão em suas atividades no Estado

Após três anos com desembolsos mais baixos, siderúrgica retoma patamar bilionário de aportes

Sex, 19/04/19 - 03h00
Usiminas é uma das maiores siderúrgicas do Brasil | Foto: Uarlen Valério

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Depois de três anos com o pé no freio nos investimentos, a Usiminas anuncia que vai desembolsar R$ 1 bilhão neste ano nas áreas de siderurgia e mineração. O montante é o dobro do investido em 2018. “Em 2016, investimos R$ 220 milhões. Em 2017, o mesmo valor. No ano passado, chegamos a quase R$ 500 milhões. Agora, em 2019, a Usiminas iniciou uma nova fase da história, em que vamos buscar a perenidade dos negócios da empresa”, afirma o presidente da companhia, Sergio Leite.

Segundo o executivo, 70% dos investimentos serão na área de siderurgia. “São R$ 60 milhões na reforma do alto-forno 3, em Ipatinga. Os outros R$ 640 milhões vão para dezenas de projetos de melhorias dos equipamentos, eliminação de obsolências, segurança e meio ambiente”, explica Leite. No primeiro trimestre, a empresa já havia investido R$ 88,6 milhões.

Além da siderurgia, a mineração merece destaque especial nos planos da companhia. O setor vai receber uma porte de R$ 200 milhões neste ano. “No ano passado, aprovamos um importante projeto para investir R$ 140 milhões no empilhamento a seco de rejeitos. Parte já foi aplicada em 2018 e, em 2019, começamos as obras, para entrarmos em operação em 2020”, explica Leite. A unidade de mineração fica em Itatiaiuçu, na região Central de Minas Gerais.

Na prática, a capacidade de produção de minério, atualmente em 8 milhões de toneladas por ano, permanecerá a mesma. “Trata-se mais de um ganho em tecnologia e segurança”, ressalta o presidente da Usiminas.

Há um ano, a Usiminas religou o alto-forno 1, que ficou parado por 34 meses devido à retração do mercado de aço. Agora, Sergio Leite destaca que a usina em Ipatinga, no Vale do Aço, está a todo vapor, com todos os três altos-fornos operando a plena carga. Ele afirma que o Brasil ainda não está crescendo em um ritmo acelerado o suficiente para justificar grandes expansões. Mesmo assim, a siderúrgica está otimista.

“O último boletim Focus indicou previsão de crescimento do PIB de 1,95%. O ideal seria crescer acima de 3%. Mas, mesmo assim, decidimos manter os planos de investimento porque confiamos que o país vai crescer. Pode até estar atrasado, mas a economia vai voltar a crescer”, destaca Sergio Leite. Além dos R$ 700 milhões para siderurgia e dos R$ 200 milhões para mineração, a companhia vai investir R$ 100 milhões na Usiminas Mecânica e Soluções Usiminas. “Vamos buscar, dia após dia, a perenidade dos negócios da empresa”, ressalta Leite.

Endividamento cai, e lucro no trimestre é de R$ 76 milhões

A dívida líquida da Usiminas no primeiro trimestre do ano somou R$ 3,723 bilhões, queda de 10% em relação ao mesmo período de 2018. Ante a dívida ao final do quarto trimestre de 2018, também houve um recuo de 11%. Ao final de março, o indicador de alavancagem, medido pela razão da dívida líquida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), foi a 1,5 vez, ante 1,6 vez reportado no final de dezembro.

No primeiro trimestre do ano, 22% da dívida total era denominada em dólar. O caixa e equivalentes de caixa da Usiminas no primeiro trimestre do ano somou R$ 1,773 bilhão, aumento de 13,5% ante o observado no mesmo período de 2018.

A siderúrgica reportou lucro líquido de R$ 76 milhões no primeiro trimestre do ano, resultado 51,6% inferior ao lucro de R$ 157 milhões informado um ano antes. Nos últimos três meses de 2018, o lucro da companhia havia sido de R$ 401 milhões. No comparativo entre mesmos trimestres, a margem líquida recuou de 4,9% para 2,2%. No quarto trimestre, esse indicador atingiu 11,7%.

O Ebitda atingiu R$ 474 milhões, apontando queda de 24% ante o visto um ano antes e retração de 29% na comparação trimestral.

Preços. A receita líquida da siderúrgica mineira totalizou R$ 3,5 bilhões no período analisado, aumento de 9% na relação anual. No comparativo trimestral, a expansão foi de 3,1%. A performance é atribuída principalmente aos maiores preços e volumes de venda de minério de ferro no período.

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