Em 1975, Cléber de Andrade e a mulher Marlene já fabricavam as vassouras Jussara, em Belo Horizonte, quando surgiu a oportunidade de comprar a marca líder de mercado Vassouras Princezinha. Cléber não hesitou: vendeu um lote e comprou a Princezinha sem maquinário porque viu a perspectiva de aumentar a participação de mercado dele. Pela qualidade e pela tradição, a marca tem se mantido na liderança.
Numa empresa familiar, Cléber, Marlene e dois funcionários faziam de tudo, desde a montagem das vassouras com a piaçava até a venda. Na época, eram fabricados a vassoura de piaçava e o rodo de madeira. “Eu assumiu a empresa em 2004, quando meu pai faleceu”, lembra o filho do casal, Cléber de Andrade Grijó Junior, 41, que trabalha na empresa desde os 18 anos. A mãe, Marlene, 71, continua atuando na fábrica. “Ela é a mandachuva”, observa Grijó, que mantém a marca na liderança de mercado.
Na condução do negócio – depois de ter começado como auxiliar de boy, passando por produção, entrega, e administrativo até ocupar a presidência –, Cléber aprendeu com o pai que qualidade é tudo, não somente do produto, mas no atendimento, no pós-venda e no padrão. Na esteira desse aprendizado, ele traçou estratégias de crescimento amparadas na diversificação do mix de produtos e de serviços com treinamento e qualificação dos representantes, com diversas estratégias de venda.
No mix de produtos, a variedade engloba cem itens produzidos na indústria de 1.500 m² no bairro Serrano, em Belo Horizonte. São vassouras de piaçava e nylon; rodos de madeira, de ferro, e de plástico; esfregões para limpeza pesada e passa-cera; escovas; desentupidores; baldes; cestos; sacos para lixo; lixeira; e pá de lixo. Todos os produtos vêm em vários tamanhos e tipos de materiais. “Aumentamos o portfólio para ganhar mercado numa das estratégias de crescimento”, avalia.
Com fabricação própria e sem terceirização em todo o processo, a produção da Princezinha é, em média, de 3.000 dúzias de produtos por mês. A capacidade instalada tem condições de triplicar esse volume, para 9.000 dúzias por mês. Na linha de produção ficam 22 funcionários – outros três estão no administrativo, e há seis representantes. Além do maquinário que envolve prensas hidráulicas, o processo tem uma etapa artesanal. “A preparação da piaçava é manual: lavar, pentear e cortar. O produto chega semibruto”, conta o executivo. As 200 toneladas de piaçava por ano, que vêm da árvore piaçaveira, são de produtores da Bahia, e o cabo vem do Pará e do Mato Grosso.
Dentre os 4.000 clientes em 130 cidades mineiras – principalmente da Grande BH e em cidades num raio de 250 km de Belo Horizonte –, fazem parte grandes redes do varejo e atacado supermercadista como Villefort, Verdemar, Superluna, Rede Mais, além de mercearias, bares, padarias, armazéns, depósitos e conservadoras. “Todo estabelecimento que trabalha com vassoura é potencial cliente meu”, avalia.
Empresa registra alta no faturamento
Na fabricação de vassouras e produtos similares do ramo, a Princezinha já registrou alta de 1% no faturamento no primeiro trimestre deste ano ante igual período do ano passado. “Trabalhamos com projeção de crescimento de 5% ao ano”, calcula o presidente da Vassouras Princezinha, Cléber de Andrade Grijó Junior.
Porém, o executivo pondera que o mercado é de muita concorrência com todo tipo de produto – alguns de qualidade questionável. No caso da Princezinha, Grijó diz, sobre a durabilidade, dependendo do uso com cuidado e não deixando dentro de balde nem em água, que uma vassoura da marca dura até três anos para pisos de áreas internas.
Sobre o mercado atual, o administrador de empresas avalia que a recessão prejudica qualquer ramo. “Com treinamento constante, a gente tem conseguido aumentar a taxa de conversão, que é vendas por visita”, explica ele, referindo-se à eficiência.
Premiação
Reconhecimento. No ano passado, a Vassouras Princezinha ganhou o prêmio Top of Quality, dado a empresas com excelência em gestão e qualidade em produtos e serviços como a marca mais lembrada na fabricação de vassouras.
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