As promessas da Prefeitura de Belo Horizonte para a educação infantil não são suficientes para acompanhar a crescente demanda do setor, segundo os conselhos tutelares da cidade. O Executivo reconhece o déficit de 17 mil vagas em Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis) e promete a liberação de mais espaços, começando pela inauguração, amanhã, da Umei Venda Nova, com 440 vagas. Para a população, porém, a resposta chega com atraso e não resolve o problema.
Em audiência pública realizada ontem na Câmara Municipal, conselheiros tutelares e professores da rede pública alertaram a Secretaria Municipal de Educação sobre a demanda que, de acordo com eles, é grande e urgente.
“Somente no primeiro semestre deste ano, encaminhamos para o Ministério Público e para a Defensoria mais de 400 pedidos de vagas para crianças em situação de vulnerabilidade e que não conseguem se matricular. Outras 2.069 crianças estão na lista de esper”, afirmou o conselheiro tutelar Lucas Israel Silva Oliveira.
De acordo com a prefeitura, novas vagas serão inauguradas. “Temos um programa consistente de ampliação da rede própria de educação infantil. Até dezembro de 2013, estaremos oferecendo mais 2.050 vagas”, disse a secretária municipal de Educação, Sueli Maria Baliza Dias, que prometeu se reunir com os conselheiros até o próximo mês.
Hoje, a capital possui 24 mil vagas, em 71 unidades. Em seu plano de governo, divulgado durante a última campanha eleitoral, o prefeito Marcio Lacerda prometeu chegar a 81.680 vagas até o fim de sua gestão.
Promessas
Para tentar sanar o déficit de 17 mil vagas em Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis), a prefeitura da capital promete novas vagas.
Dezembro. Até dezembro de 2013, devem ser inauguradas 2.050 vagas nas regionais Barreiro, Centro-Sul, Leste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova.
Fevereiro. Com prazo para fevereiro de 2014, outras 7.380 vagas são prometidas para as regionais Centro-Sul, Norte, Nordeste, Noroeste, Pampulha e Venda Nova.
Junho. Para junho de 2014, devem ser 4.510 vagas para as regionais Barreiro, Leste, Nordeste, Norte, Oeste e Pampulha.
Total. Até 2016, a prefeitura pretende chegar a 154 Umeis. Hoje são 71.
Solução precisa ser rápida’
Insatisfeitos, conselheiros tutelares de Belo Horizonte alegam que as respostas do Executivo sobre a demanda da educação infantil são evasivas. “A prefeitura fala que está tudo bem, mas não está. Quem trabalha na ponta e conhece a situação se desespera e, para as famílias, o sentimento é de descaso”, diz o conselheiro Lucas Oliveira.
O vereador Adriano Ventura (PT) acredita que a solução precisa ser rápida. “Não adianta prometer para daqui a dois anos, as crianças precisam da escola já. Precisamos de equipamentos e de valorização dos profissionais”, disse.
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.