Após seis anos, CasaCor Minas volta a ocupar imóveis residenciais em 2023

A maior mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo do Estado de Minas Gerais, a CASACOR Minas, retorna em 2023 ao seu formato original, voltando, após seis anos, a ocupar um imóvel residencial. Para receber a 28ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 1º de julho e 20 de agosto, a escolha foi por um conjunto de casas localizadas no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, sendo a principal delas a Casa Ferolla, um preservado casarão que fica na Rua São Domingos do Prata, 631, logo na esquina com a Leopoldina.

Eduardo Faleiro, diretor de conteúdo e relacionamento do evento, ressalta que a escolha das três casas dos anos 40 como sede da mostra em 2023 é uma volta às origens da CASACOR Minas Gerais, que tradicionalmente escolhe locais históricos e emblemáticos como sedes da exposição. Com a iniciativa, a mostra contribui para a preservação da memória e da história de Belo Horizonte, além de proporcionar um espaço único e exclusivo para os projetos dos arquitetos e designers de interiores.

Desta vez, a CASACOR Minas traz como tema central “Corpo e Morada” – que reflete sobre como o nosso lar nos influencia e como ele é influenciado por nós – e homenageia o movimento Art Decó – que, influenciado pelas formas abstratas e geométricas do cubismo, é caracterizado por combinar um desenho moderno com elementos tradicionais, como artesanato fino, e materiais luxuosos.

Destaque da 28ª edição da mostra, a Casa Ferolla é exemplo de como o estilo influenciou as construções de Belo Horizonte das décadas de 30 e 40, quando o casarão foi construído. Seu projeto original, aliás, é assinado por Angelo Alberto Murgel, responsável por imponentes edifícios da capital mineira, como o icônico Cine Theatro Brasil. “Eu nasci literalmente nesta casa e só fui embora em 1974, quando me casei. E só de ter vivido boa parte da minha vida aqui, posso dizer que muito aprendi com Murgel”, comenta o renomado arquiteto José Eduardo Ferolla, que ainda diz se impressionar com o esmero com que a casa que pertenceu à sua família foi construída. 

Para a diretora da CASACOR Minas, Juliana Grillo, o espaço está em perfeita sinergia com a temática escolhida para o ano. “A arquitetura influencia diretamente no nosso modo de agir, ocupar e habitar, cabe uma reflexão acerca do papel que o corpo assume dentro de um projeto de arquitetura, instigando-o a explorar outras possibilidades de ocupação do espaço”, reflete, lembrando que, como em todas as edições, o tema da mostra foi escolhido a partir de um trabalho de mapeamento das macrotendências de comportamento que impactam o estilo de vida contemporâneo. 

Ela lembra ainda que, ao longo dos anos, a CASACOR Minas tem reunido renomados profissionais da arquitetura e do design de interiores, que apresentam projetos inovadores e inspiradores. Com mais de 20 eventos nacionais e seis internacionais, a mostra se destaca como um importante evento para o setor de arquitetura e design, reunindo tendências, novidades e soluções para os mais diversos tipos de projetos. E, agora, diz Juliana, a expectativa é que, guiados por essa proposta, os projetos apresentados nesta edição explorem as relações entre a arquitetura, o design de interiores e o corpo humano, destacando como as nossas casas e espaços de convivência afetam a nossa qualidade de vida. Além disso, a ideia é apontar para as mudanças no formato de interação com a casa e com as cidades.

Vale registrar: a Casa Ferolla, construído para ser moradia da família Ferolla e funcionou com esta finalidade até um passado recente, se prepara agora para se transformar no mais novo empreendimento da F2 Incorporadora e Construtora, desenvolvido em parceria com a Arthros Incorporadora, que erguerá um edifício residencial adjacente ao casarão, que é um patrimônio cultural e que, após a construção, prevista para ser concluída em 30 meses, passará a funcionar como área de lazer do edifício. Já os outros dois imóveis que também serão ocupados, após as melhorias realizadas pela CASACOR Minas, serão devolvidos a seus proprietários.