Três anos de espera chegaram ao fim, mas o gosto é meio amargo se você não gostou do tom de "O Homem de Aço" (2013). Continuação direta dos eventos do longa e também dirigido por Zack Snyder, "Batman Vs Superman - A Origem da Justiça" demora mais de uma hora e meia para entregar aquilo que promete no título e infelizmente não traz muitas novidades além daquilo que já foi visto nos trailers.
Superman (Henry Cavill) agora divide a opinião das pessoas entre ser um salvador messiânico ou uma nova ameaça ao planeta. Apostando na segunda opção, um experiente Bruce Wayne (Ben Affleck) decide voltar a usar seu manto de Batman e enfrentá-lo. Uma premissa simples para justificar o primeiro encontro dos maiores heróis dos quadrinhos nos cinemas, mas o desenvolvimento disso é problemático.
Antes do tão esperado duelo entre os super-mocinhos, que é de longe a melhor sequência de ação do longa, uma nova ameaça apocalíptica ganha força em um roteiro finalizado de forma completamente equivocada e que, pior, repete os mesmos problemas apontados pelos fãs do filme anterior: didatismo ao reapresentar histórias já conhecidas, exagero visual, cenas desnecessárias e um Superman que ama Lois Lane (Amy Adams) acima de todos outros seres humanos.
Como já era de se esperar, as famosas câmeras lentas, objetos cênicos em close e efeitos de lens flare estão de volta como uma marca da assinatura do visionário diretor de "300" (2006). Mas tudo isso chega a se tornar cansativo junto com a trilha sonora escandalosa de Hans Zimmer. Apesar de econômica, a participação da Mulher-Maravilha (Gal Gadot) é um dos pontos altos do filme.
Inconsistências do enredo
Desde o primeiro anúncio da Warner, a produção de "Batman Vs Superman" foi várias vezes adiada e alterada para tentar correr atrás do prejuízo que o estúdio vem sofrendo diante dos bem-sucedidos filmes de heróis da Marvel. Até ganhar o subtítulo de "A Origem da Justiça" e ser responsável por começar a estabelecer o universo da DC Comics nas telonas, o longa foi alvo de críticas fervorosas.
Como contra-peso a produção patina em referências pesadas de HQs famosas, como "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (1986) e "A Morte do Superman" (1992), para entreter a audiência. Outro exemplo dessa grande preocupação com o fanservice é que, se você curte games das séries "Batman - Arkham" ou "Injustice - Gods Among Us", a atuação de Ben Affleck como o Homem-Morcego, versão crossfit, terá grandes chances de te conquistar.
Mas com tantos vaivéns numa trama à la "Sucker Punch" (2011), o resultado é uma narrativa instável que não sustenta o sentimento de empolgação promovido pela campanha de marketing. Sem cenas pós-créditos, já que todas referências a Liga da Justiça estão no meio do filme, e antecipando uma grande ausência no time principal da continuação, "Batman Vs Superman" queima a largada por não terminar com uma equipe formada.
Para que ainda não se contentou com essa releitura arrojada da mitologia dos heróis da DC, as gravações de "Liga da Justiça - Parte 1" começam em 11 de abril. Longas da Mulher-Maravilha e Aquaman também estão em desenvolvimento.
Assista ao trailer de 'Batman Vs Superman':
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