Luta

Celebridades como Bruno Gagliasso abrem suas redes sociais contra o racismo

Além do perfil do ator, contas do Twitter, Facebook e Instagram de famosos como Paulo Gustavo, Tatá Werneck, além da diva Lady Gaga têm sido cedidas a ativistas negros

Por Folhapress
Publicado em 08 de junho de 2020 | 15:01
 
 
Luana Genot no Instagram de Bruno Gagliasso Reprodução Instagram

Motivados pela onda de manifestações contra o racismo que começou nos Estados Unidos e se espalhou por diversos países, inclusive o Brasil, celebridades resolveram abrir espaços em suas redes sociais para ativistas negros.

O ator Bruno Gagliasso, 38, que tem 17,6 milhões de seguidores no Instagram, disse que até o final de 2020, em todos os sábados, uma personalidade negra vai ocupar as redes sociais dele. A primeira delas foi a escritora Luana Génot. "As pessoas negras ja tem voz, o que falta e espaco e oportunidade", afirmou o ator.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Inspirado na ideia maravilhosa do @paulogustavo31 e da @djamilaribeiro1 também vou abrir espaço para pessoas pretas. Minha ideia é um pouquinho diferente. A partir de amanhã, e todos os sábados daqui pra frente, uma pessoa preta vai ocupar todas as minhas redes. To conversando com um pessoal incrível de diversos lugares e acho que vai ser muito bom compartilhar esse espaço com tanta gente talentosa e que tem tanta coisa pra dizer. Amanhã quem ocupa as minhas redes, já a partir da meia noite agora, é a minha amiga que tanto me ilumina @luanagenot. E SE LIGA NO DESAFIO DO 1%! 👊🏿 ⚡️ As pessoas negras já tem voz, o que falta é espaço e oportunidade. Durante esse sábado, a Luana Génot assume as minhas redes e o desafio é no MÍNIMO 1% dos meus seguidores seguirem a Lu. Eu tô falando aqui de 170 mil pessoas, e sei que pode ser mais, bora? Vcs tem 24h pra mudar o algoritmo. Tá na mão de vcs!! FUI!!! 👋🏿 Nos vemos no domingo 😘 É com você, Lu!!! @luanagenot

Uma publicação compartilhada por Bruno Gagliasso 🐺⚡️🌳🌻 (@brunogagliasso) em

Com 41,3 milhões de seguidores, Tatá Werneck, 36, também aderiu ao movimento. Durante o mês de junho, a cantora e ativista Linn da Quebrada, 29, vai ocupar as redes sociais da atriz e humorista. "Estou seguindo muitas pessoas novas e vendo que preciso aprender muito principalmente em relacao a por em pratica atitudes antirracistas. Temos sim uma divida historica! Uma desigualdade profunda e uma sociedade moldada pelo racismo estrutural. Quero aprender e aprender como posso por em pratica. Porque aprender e lindo, mas se nao tivermos mudancas conscientes e consistentes nao havera resultado eficaz", escreveu Tatá.

"A proposta e expandir as informações sobre raca, gênero, corpo e vida. Lembrando que não e caridade, mas sim uma ação afirmativa que visa trazer ao debate nossas urgências e um real compromisso com o presente", escreveu Linn.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Amei a iniciativa do @paulogustavo31 Nesse momento de mobilização é fundamental que possamos dar passos adiante. Tô seguindo muitas pessoas novas e vendo que preciso aprender muito principalmente em relação a pôr em prática atitudes antirracistas. Temos sim uma dívida histórica! Uma desigualdade profunda e uma sociedade moldada pelo racismo estrutural. Quero aprender e aprender como posso pôr em prática. Pq aprender é lindo, mas se não tivermos mudanças conscientes e consistentes não haverá resultado eficaz. Durante esse mês, @linndaquebrada, artista multimídia, cantora, atriz e compositora, fará uma ocupação em minhas redes para trazer novos olhares e aprendizados para o meu e o nosso crescimento enquanto pessoas que podem e devem agregar nessa luta.foto: Fernando Eduardo

Uma publicação compartilhada por Tata Werneck (@tatawerneck) em

Um dos primeiros a adotar a ação foi o comediante Paulo Gustavo, que tem 13,6 milhões de seguidores no Instagram e que desde o último dia 3, cedeu o seu perfil na rede social para a escritora Djamila Ribeiro, 39, colunista da "Folha", promover o debate sobre o racismo no espaço.

Além deles, Ingrid Guimarães e Luis Lobianco também fazem parte do movimento. Durante todas as quintas de junho, o perfil da atriz e humorista nas redes sociais vai discutir o assunto. No último dia 4, o youtuber Spartakus fez uma live com o roteirista Ale Santos, em que debateram o tema.

Já Lobianco abriu o seu perfil no Instagram para quatro profissionais das artes que refletem sobre questões raciais e de gênero. "Toda segunda-feira vou ceder minha conta por 24 horas para que cada talento traga conteúdos e apresente suas atividades", disse ele. A iniciativa começa com a drag Ravena Creole, e também participam o ator Sulivã Bispo, a atriz Damiana Inês, e a modelo Naomi Savage.

Entre as celebridades internacionais, Shaw Mendes e Lady Gaga são alguns dos nomes que entregaram suas redes sociais para personalidades negras e ONGs abordarem a questão racial. "Entregarei minha conta do Instagram a cada uma das organizações para as quais doei recentemente, em um esforço para ampliar suas vozes importantes. E depois juro que regularmente postarei, em todas as minhas plataformas de mídia social, histórias e conteúdos para levantar as vozes dos inúmeros membros e grupos inspiradores da comunidade negra", afirmou Gaga, no último dia 4.

Starting tomorrow, I’m giving over my Instagram account to each of the organizations I’ve recently donated to, in an effort to amplify their important voices. pic.twitter.com/O9qIjJrWI9

— Lady Gaga (@ladygaga) June 5, 2020

Protestos
Os protestos e manifestações contra o racismo eclodiram após a morte de George Floyd, um ex-segurança negro que foi brutalmente assassinado em praça pública em Minneapolis (EUA) pelo policial Derek Chauvin. O rapaz morreu por "asfixia mecânica" após ter seu pescoço prensado contra o asfalto por cerca de sete minutos.

Ao menos 70 cidades do país ficaram em chamas por protestantes que pedem o fim da violência policial e o racismo estrutural. A partir de então, a hashtag #BlackLiveMatters (em português "vidas negras importam"), tomou conta da internet. Artistas, celebridades, autoridades, e internautas ao redor do mundo deram atenção ao debate.