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Com Leandro Hassum no elenco, Netflix estreia 1º filme nacional natalino

'Tudo Bem no Natal que Vem’, que chega à plataforma no dia 3 de dezembro, traz o humorista no papel de homem que só ‘acorda’, ano após ano, na véspera da data festiva

Sáb, 28/11/20 - 06h00
Leandro Hassum interpreta Jorge, um homem que não gosta do Natal | Foto: Desiree do Valle/Netflix

Jorge é um homem que nunca gostou do Natal. Ele até participa das comemorações ao lado da mulher, dos dois filhos e de outras pessoas da família, mas sempre deixou bem claro que não vê a menor graça na data festiva, e por um único motivo: Jorge nasceu no dia 25 de dezembro e, com isso, sempre viu seu aniversário ser ofuscado pelas comemorações natalinas. Por ironia do destino, um acidente na véspera do Natal muda a vida dele por completo: ele sofre um acidente e se vê condenado a “acordar” sempre no dia 24 de dezembro, ano após ano, sem se lembrar do que aconteceu nos outros 364 dias.

Esse é o enredo central da comédia “Tudo Bem no Natal que Vem”, primeiro filme nacional natalino da Netflix que traz Leandro Hassum no papel do protagonista, que se envolve em muitas confusões ao ter que lidar com as consequências dos atos que seu outro “eu” realizou durante o ano e de que ele não se recorda – e assim vai por muito tempo. O filme, escrito por Paulo Cursino e dirigido por Roberto Santucci (dupla que já trabalhou em longas como “O Candidato Honesto” e “Até que a Sorte nos Separe”), estreia na plataforma na próxima quinta-feira, dia 3 de dezembro, no Brasil e em todos os países onde o serviço de streaming está presente – são mais de 190. 

“O que é muito bacana é que o filme vai mostrar o Natal brasileiro. Todo mundo vai se identificar”, disse Hassum, citando a tradição no país de reunir toda a família para a comemoração, com direito a ceia colaborativa (cada núcleo familiar prepara um prato para a noite); a presença, em muitos lares, daquele parente que adora repetir, todos os anos, piadas como a do pavê (“É pavê ou pacumê?”); sem falar das pequenas discussões que podem acontecer nesses encontros – tudo isso é retratado em “Tudo Bem no Natal que Vem”. “A gente (do elenco) se identificou”, garantiu ele. “O filme vai mostrar, nesses 190 países (onde a Netflix está presente), uma maneira diferente de comemorar o Natal”, acrescentou Arianne Botelho, que no longa interpreta Aninha, filha de Jorge. 

O filme, que também traz no elenco os atores Elisa Pinheiro, Miguel Rômulo, Louise Cardoso e Danielle Winits, foi gravado entre novembro e dezembro do ano passado. “Quando gravamos, não imaginávamos como seria 2020. Este ano está diferente, todo mundo está vendo o ano passar”, disse ele, referindo-se à pandemia do novo coronavírus e suas consequências. Por isso, o humorista acredita que “Tudo Bem no Natal que Vem” chega para para trazer o “carinho do humor” para o público neste momento tão atípico.  

Para Arianne, o filme “é um respiro para esses tempos tão difíceis que estamos vivendo”. “Para além da história em si, é muita emoção também por mostrar como era o Natal todos os anos”, disse a atriz, em tom nostálgico. “Há muitas famílias que não vão poder se reunir neste ano”, destacou Arianne. “Estou rezando para essa vacina sair logo”, afirmou.

Além da comédia

“Tudo Bem no Natal que Vem” não chega só com o intuito de fazer rir. O longa também propõe uma reflexão sobre as relações familiares e como elas são afetadas pelas tarefas do dia a dia. “O filme mexe com a gente porque deixamos muita coisa passar despercebida”, explicou Leandro Hassum. “Neste ano que ainda estamos vivendo fomos forçados a conviver mais em família, e isso nos fez ver a importância de prestar atenção às coisas da vida”, afirmou ele. “Foi um ano em que os jovens mandaram os mais velhos ficarem em casa”, frisou o ator e humorista.    

Hassum associou a mensagem do filme a uma experiência real sua. “Eu morava em uma casa que tinha piscina e eu nunca tinha entrado na piscina. Agora, você começa a reavaliar essas coisas. Eu preciso curtir a piscina com a minha família”, disse ele. “O Jorge seria esse cara que talvez nunca tivesse pisado na piscina se ele tivesse uma em casa”, comparou. 

O ator Miguel Rômulo, que no longa interpreta Leo, outro filho de Jorge, garante que o personagem vivido por Hassum, apesar de rabugento, “não é uma pessoa ruim, mas sim desatenta”. “Ele não liga muito para a esposa e para os filhos. Você pode ser um cara legal, mas precisa prestar atenção à família, e valorizar os pequenos grandes momentos”, destacou ele. “O filme chama atenção para o que realmente importa, que é o nosso presente; pra gente valorizar que nos ama e quem amamos”, acrescentou. 

“O filme usa o Natal para falar que devemos valorizar o que está perto da gente”, disse Elisa Pinheiro, que vive a mulher de Jorge em “Tudo Bem no Natal que Vem”. “Eu acho que a comédia tem um pouco desse lugar, de cortar o caminho para uma reflexão, de colocar em xeque algumas crenças e ideias sem a gente se dar contar. O filme segue esse caminho de uma maneira bem-sucedida”, avaliou a atriz. 

Curiosidades

Aniversário. Elisa Pinheiro faz aniversário no dia 20 de dezembro e, ao contrário de Jorge (protagonista de “Tudo Bem no Natal que Vem”), a atriz garante que adora comemorar a data e que não se sente ofuscada pela proximidade com o Natal. “Eu gosto de aniversário, de ser lembrada. Tenho uma relação boa com aniversário, mas sempre na correria, né? Porque a quantidade de eventos nessa época do ano é muito grande”, contou.

Casa mal-assombrada. Miguel Rômulo revelou que as gravações de “Tudo Bem no Natal que Vem” aconteceram em uma casa em São Conrado, no Rio de Janeiro, que tem a fama de ser mal-assombrada pelo fantasma de uma mulher, Meredith, que, segundo boatos, teria sido assassinada no local. Segundo ele, todo o elenco levava numa boa a história. “Era o elenco e a Meredith, a fantasma”, disse o ator.

Papai Noel. Leandro Hassum, que no filme se veste de Papai Noel, contou que deixou de acreditar que o Bom Velhinho existia de verdade quando tinha uns de 7 anos. “Eu vi o meu pai pagando o presente, era um ferrorama, não me esqueço disso. Eu abri antes (do Natal), e foi um grande arrependimento, pois tem uma magia, seja lá qual presente for”, recordou ele.

 

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