De olho nos lances

Desenho para álbum do Tintin vai a leilão com previsão de recorde

Esta aquarela e 'guache', desenhada a tinta chinesa, e de 1936, pode superar o valor assombroso da venda de uma obra do belga Hergé em 2014

Qua, 13/01/21 - 14h08
A obra, que será colocada em leilão nesta quinta-feira | Foto: Instagram

Um desenho de Hergé destinado à capa do álbum "Blue Lotus" (O Lótus Azul) de Tintin será leiloado pela primeira vez em Paris nesta quinta-feira (14), uma peça "excepcional" estimada em mais de dois milhões de dólares. 

Esta aquarela e 'guache', desenhada a tinta chinesa e datada de 1936, pode superar a venda de 2014, quando a mesma casa, a Artcurial, leiloou a página dupla que o cartunista belga usou como capa de seus álbuns durante 20 anos. O leilão foi então liquidado por 2,5 milhões de euros, um recorde para uma história em quadrinhos. 

No desenho de "The Blue Lotus", Tintin e seu cachorro Snowy estão dentro de um vaso apenas com a cabeça pra fora e expressão angustiada enquanto um dragão vermelho os ameaça com a boca aberta. Um pendente com letras chinesas decora o fundo preto com motivos amarelos.

Porém, essa criação acabou não sendo capa do quinto álbum das aventuras do famoso repórter, já que sua reprodução era muito cara e a editora, Casterman, optou por um desenho semelhante, mas simplificado. 

É a primeira vez que o desenho de 34cm x 34cm é apresentado no mercado de arte e o seu preço estimado ronda os 2,2 e os 2,8 milhões de euros. Segundo a Artcurial, Hergé teria cedido a obra ao filho do editor Louis Casterman, Jean-Paul, quando ele tinha sete anos. A criança teria dobrado a folha em seis e guardado-a em uma gaveta, de onde teria sido recuperada décadas depois. 

Alguns especialistas questionam a veracidade dessa história. Para Philippe Goddin, um dos maiores conhecedores da obra de Hergé, os herdeiros "acreditaram na lenda contada pelo pai", Jean-Paul, que morreu em 2009. Mas a versão parece "muito suspeita". Embora as marcas de dobras possam ser vistas, Hergé provavelmente enviou a folha dessa forma em um envelope para o adjunto da editora, segundo Goddin. O desenho estaria no armazém da Casterman desde 1936, mas não era um presente.

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