Análise

Filmes premiados no Globo de Ouro chegam a BH neste mês; veja as datas

Apesar de algumas injustiças, premiação surpreendeu por deixar favoritos saírem de mãos vazias

Seg, 07/01/19 - 13h47
Viggo Mortensen e Mahershala Ali encabeçam o elenco de "Green Book" | Foto: DreamWorks Pictures/Divulgação

O Globo de Ouro surpreendeu o público ao não dar nenhum prêmio principal para “Nasce uma Estrela”, filme de Bradley Cooper. Até mesmo a favorita Lady Gaga saiu apenas com a estatueta por “Shallow”, canção do remake. Ela perdeu o prêmio de melhor atriz para uma veterana sempre incrível nas telas: Glenn Close, a estrela de “A Esposa”, filme que estreia nesta quinta-feira, dia 10, nos cinemas brasileiros (veja a lista completa dos vencedores aqui)

Os dois grandes vencedores da noite foram “Green Book - O Guia” e “Bohemian Rhapsody”. O primeiro, um road movie que se passa nos anos 60 e tem como mote os absurdos causados pelo preconceito racial da época, venceu como melhor filme de comédia ou musical. Mahershala Ali levou o prêmio de melhor ator coadjuvante em filme. Peter Farrelly, Nick Vallelonga e Brian Currie ganharam a estatueta por melhor  roteiro. “Green Book” - O Guia” estreia no país dia 24 deste mês.

“Bohemian Rhapsody”, uma cinebiografia de Freddie Mercury, vocalista da banda Queen, foi eleito o melhor filme de drama. O longa, dirigido por Bryan Singer e produzido por Robert de Niro, levou também o prêmio na categoria melhor ator em filme de drama, com Rami Malek. O filme estreou no Brasil no ano passado e ainda está em cartaz em alguns cinemas.

Olivia Coleman, outra veterana, ganhou a estatueta de melhor atriz em filme de comédia ou musical por “A Favorita”, longa com o melhor do humor britânico e notório pela grande atuação de suas atrizes. Prêmio mais do que merecido, com certeza. Completam o elenco Emma Stone e Rachel Weisz, que arrasam e só não foram premiadas por que concorriam com Regina King, estupenda no filme “Se a Rua Beale Falasse”, e eleita a melhor atriz coadjuvante em filme.

“Se a Rua Beale Falasse” é outro filme que critica o preconceito racial, o abuso policial, a injustiça social e opressão às minorias. Com direção de Barry Jenkins - de “Moonlight - Sob a Luz do Luar”, vencedor do Oscar -, o longa, que deve ser um dos grandes títulos na lista de indicados ao Oscar, mostra um amor impedido quando um homem negro é acusado injustamente de um crime.  

“A Favorita” e “Se a Rua Beale Falasse  também têm estreia marcada para o dia 24 deste mês nos cinemas brasileiros.

Outro filme que chega ao Brasil neste mês é “Vice”, cujo protagonista, Christian Bale, levou a estatueta de melhor atriz em filme de comédia ou musical. Bale era a escolha mais óbvia, pela transformação física que sofreu para viver o polêmico e armamentista  vice-presidente americano da Era Bush, Dick Cheney. Difícil olhar a telona e reconhecer em Cheney o mesmo ator que viveu Batman. “Vice” estreia no próximo dia 31.

Fechando os prêmios de cinema, o mexicano Alfonso Cuarón, como era esperado, foi eleito o melhor diretor por seu filme autobiográfico “Roma”, que também venceu na categoria melhor filme em língua estrangeira. “Roma” deve entrar na lista do Oscar, mas na categoria principal e não como filme estrangeiro. O belo longa que mostra a sociedade mexicana nos anos 70, com seus costumes, cultura e transformações históricas, foi feito para plataforma de streaming e está disponível na Netflix.

Séries, minisséries e filmes para TV 

“Assassination of Gianne Versace”, mais uma temporada de “American Crime Story”, do FX, venceu na melhor série limitada ou filme para a TV - uma das mais disputadas deste ano. A boa série retrata crimes reais e seus julgamentos por meio de reconstituições. A primeira temporada, também premiada, contou a história de O.J. Simpson. O ator Darren Criss foi eleito o melhor ator por interpretar Andrew Cunanan, o serial killer que matou o estilista.   

“Assassination of Gianni Versace” bateu atrações como “Sharp Objects”, que era considerada a favorita, além de ganhar os ótimos filmes “Escape At Dannemora” e “A Very English Scandal”. A série deve estrear ainda este mês na Netflix.

“Sharp Objects”, da HBO, venceu apenas uma categoria: Patricia Clarkson foi considerada a melhor atriz coadjuvante em série. Seria muito injusto dar o prêmio a outra atriz. Sua personagem, Adora, é de deixar qualquer espectador em pânico. Por mais que Patricia Arquette esteja ótima (como sempre) em “Escape At Dannemora”, Amy Adams encara um difícil personagem na série da HBO e merecia levar o prêmio de melhor atriz em série limitada ou filme para TV. No entanto, a surpresa mesmo foi não ver Julia Roberts subir ao palco. Mesmo com atuação inferior a das duas atrizes citadas acima, ela era a favorita, claro, por “Homecoming”, o drama de conspiração da Amazon.

Na categoria de melhor comédia, outra surpresa: “O Método Kominsky”, série sem muita graça de Chuck Lorre (de “The Big Bang Theory” e “Two and a Half Men”). A atração, com foco na terceira idade, traz Michael Douglas e Alan Arkin na pele de senhores que vivem os dramas da idade com humor. Melhor apostar na dupla Jane Fonda e Lily Tomlin em “Grace e Frankie”, comédia melhor sobre o tema.

Michael Douglas ganhou a estatueta de melhor ator em série de comédia em prêmio que parece ter sido dado por sua notoriedade. É certo que em “O Método Kominsky”, Douglas deixa seu ar de galã para viver situações que lhe dão ar de gente como a gente. Ele sofre com exame de próstata, com problemas sexuais, com as rugas que tem no rosto. Mas é só isso. Alan Arkin, seu parceiro, é melhor em cena, mas não levou o prêmio de coadjuvante.

A nonsense “The Good Place” ou “The Marvelous Mrs. Maisel”, de Amy Sherman-Palladino, mereciam mais o prêmio de série cômica. “Mrs. Maisel” levou a estatueta de melhor atriz na categoria. Rachel Brosnahan dá ainda mais graça a essa série de monólogos afiados, diálogos divertidos e figurino impecável, que está em cartaz na Amazon.

A apresentadora do Globo de Ouro, Sandra Oh, também ganhou sua estatueta. Por “Killing Eve”, em cartaz na Globoplay, ela venceu o prêmio de melhor atriz em série de drama. A atriz, que passou anos vivendo a divertida Christina Yang, em “Grey’s Anatomy”, o novelão médico de Shonda Rhimes, encarou o suspense de “Killing Eve”, cujas protagonistas dão show de interpretação em um roteiro cheio de surpresas.

O prêmio de melhor ator de drama foi para Richard Madden, de “Bodyguard”, uma surpresa, já que o favoritismo era de Matthew Rhys, de “The Americans” e de “Stephan James”, de “Homecoming”.

Em sua última temporada, “The Americans” ganha sua merecida estatueta de melhor série de drama. A boa e divertida produção do FX reproduz os anos 80 na moda, nos costumes e na temática, com dois espiões russos em ação em solo americano em plena Guerra Fria. Ao transformar costumeiros vilões em heróis, a série reúne drama, comédia, romance e suspense em uma boa trama liderada por Matthew Rhys e Keri Russell. Merecida e honrosa despedida para essa atração tão lado B.

Para ver os premiados:

- “Bohemian Rhapsody” estreou no Brasil no ano passado e ainda está em cartaz em alguns cinemas.

- "Roma" está disponível na Netflix.

- “Green Book” - O Guia” estreia no país dia 24 deste mês.

- “A Favorita” também têm estreia marcada para o dia 24 deste mês nos cinemas brasileiros

- “Se a Rua Beale Falasse" também têm estreia marcada para o dia 24 deste mês nos cinemas brasileiros

- “Vice” estreia no próximo dia 31 no país.

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