O escritor e jornalista Antônio Siúves autografa na manhã deste sábado na Biblioteca Pública seu primeiro livro de poemas, “Moral das Horas”, mas ele não é um novato na literatura. Aos 52 anos de idade, Siúves soma décadas de militância no jornalismo cultural, incluindo um período como editor deste Magazine. Nesse percurso, exercitou sua verve na escrita em reportagens, crônicas e contos. Lapidou assim o caminho para chegar aos poemas escritos a partir de 2009.
“Reuni um conjunto deles em 2010 e enviei para leitura de algumas pessoas próximas, do meio literário. Recebi uma avaliação muito generosa e cuidada dessas pessoas, o que me encorajou a caminhar para a publicação que faço agora”, relata o escritor.
O livro é apresentado em oito conjuntos de poemas, divididos por temáticas como As Cidades, A Alma Escassa, Os Meus Outros, Manifesto contra o Infesto, Da Farmácia Espiritual ao Pós-Humano.
Para Siúves, a criação em poesia traz, em sua essência, um jogo entre “a necessidade da busca da beleza comum a toda a obra de arte e a sensação de absurdo diante da realidade do mundo”. Daí a razão de seus poemas incorporarem crítica, ironia e lirismo.
O bloco que dá título ao volume, Moral das Horas, sintetiza, na opinião do próprio autor, essa sua visão poética. (“Cada hora resume uma moral”, traz o primeiro verso). “Acho que esse conjunto carrega um sentimento comum aos poemas do livro de modo geral, um olhar à margem para as transformações que vêm ocorrendo no mundo, para a concepção contemporânea de humanidade, o conceito de pós-humano ou transumano, a busca da vida eterna, a ideia de que existe remédio para tudo”, analisa ele.
Autor que gosta do exercício de reescrever seus versos (“uma briga prazerosa”), Siúves aponta entre seus poetas prediletos, Carlos Drummond de Andrade, Haroldo de Campos Fernando Pessoa e o inglês W.H. Auden. “Não canso de me surpreender com a obra deles”.
Agenda
O quê. Lançamento de “Moral das Horas”, de Antônio Siúves, editora Manduruvá, 124 páginas., R$ 30
quando. Hoje, das 10h às 12h
onde. Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (praça da Liberdade, 21)
quanto. Entrada franca
Trecho do livro
Quem escreve nunca alcança; procura e não acha e quando acha passa; quem escreve nunca alcança e se cansa, mas escreve, pois se não escreve padece do padecer pior de não escrever; quem escreve às vezes vê, mas quem escreve nunca alcança.
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.