Depois de ter a sua primeira edição realizada em 2015, a Bienal do Livro de Contagem retoma sua programação deste sábado (23) a domingo no Centro de Memória do Trabalhador da Indústria de Contagem. O evento deixa, assim, o ambiente da 4 Elementos Sítio Escola, onde nasceu, para alcançar um público maior no espaço em que estará montado.
“A gente aumentou a área da bienal e a tornou mais diversa também. Vai haver atrações para todos os tipos de gosto. Nós pensamos nos que gostam de ler e nas pessoas que ainda não têm o hábito, mas podem passar a se interessar pela leitura. O objetivo da bienal é fazer com que os participantes apreciem a boa literatura, e, para isso, preparamos uma programação recheada de convidados com pensamentos e propostas diferentes”, afirma Rafael Mansur, organizador do projeto.
A multiplicidade de assuntos estará representada desde o dia de abertura, em que estão previstos encontros centrados em discussões da ordem do dia. São exemplos o bate-papo com Renan Quinalha, advogado, ativista e professor da Universidade Federal de São Paulo que vai abordar o tema homossexualidade e ditadura. Leandrinha Du Art, transexual, ativista e youtuber, também vai dar sequência ao debate sobre gênero, a partir de sua própria experiência.
Nesse mesmo dia, a escritora Stephanie Ribeiro vai tratar da participação das mulheres negras na literatura brasileira. “Nossa ideia é dar evidência às questões mais urgentes e que já passaram da hora de serem abordadas, como essas pautas ligadas a gênero e ao racismo. É importante também salientar o respeito à trajetória dessas pessoas que podem falar sobre isso com propriedade. Por isso, priorizamos dar espaço para que cada um dos convidados possam expressar suas ideias e exercer seu lugar de fala”, diz Mansur.
Quadrinhos. Aliado a esses momentos que proporcionarão conexões entre cultura, arte e política, a Bienal de Contagem também vai contemplar trabalhos desenvolvidos em outras searas, como os quadrinhos. Neste sábado (23), por exemplo, Gervasio Troche, Felipe Castilho, Carol Christo e Sandro Ribeiro, que já realizou projetos para a Marvel e a DC Comics, vão receber o público. Neste domingo (25) será a vez de Rodney Buchemi, que também produz projetos para essas duas grandes editoras de HQs.
“A gente quer que as pessoas possam ter contato com vários tipos de quadrinho. O Troche tem um desenho diferente daqueles que trabalham para a Marvel e a DC Comics. Nesta edição, também propomos olhar para a cultura nerd, que vai estar representada pelo youtuber Rodolfo Castrezana. Ele mantém o perfil Nerd Rabugento”, diz o curador. “Apesar de Rodolfo não ter publicado algum livro, ele transita entre os quadrinhos e o cinema”, acrescenta.
Felipe Arco. O grafiteiro Celso Felipe, mais conhecido pelo pseudônimo Felipe Arco, que registra suas poesias em lixeiras da cidade e por isso se tornou alvo de processo da Prefeitura de Belo Horizonte, vai comentar hoje sobre a iniciativa de transformar as cidades em livros. A soma dessas abordagens, acrescidas de vários outras, observa Mansur, é o que vai dar a tônica da Bienal de Contagem. “Vamos ainda ter palestras sobre adoção e autismo. Queremos dialogar com as pessoas. Se a gente focasse em apenas um tema ou alguma vertente específica, iríamos alcançar apenas um grupo. E a ideia não é essa, o que almejamos é chegar ao maior número de indivíduos”, completa Mansur.
Programe-se. Quem quiser visitar a bienal poderá contar com transporte gratuito para chegar até o Centro de Memória do Trabalhador da Indústria de Contagem nos três dias de evento. Haverá vans gratuitas que vão sair da estação de metrô Eldorado, a partir das 9h40, e do Itaú Power Shopping, a partir das 10h20. Elas vão circular de 40 minutos em 40 minutos, até 18h20.
Agenda
O quê. 2ª Bienal do Livro de Contagem
Quando. Deste sábado (25) a domingo (25)
Onde. Centro de Memória do Trabalhador da Indústria de Contagem (av. Babita Camargos, 3.557,
Cidade Industrial)
Quanto. Entrada gratuita
Programação completa: Facebook da Bienal do Livro de Contagem
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