Artes Cênicas

Descobrindo matrizes africanas na dança contemporânea 

4º Encontro Rede Terreiro Contemporâneo de Dança começa hoje e vai até domingo em Uberlândia

Ter, 13/10/15 - 03h00
“Co Ês” é um dos espetáculos da Cia. Rui Moreira na programação | Foto: Murilo Correa

Partindo para sua quarta edição em 2015, o Encontro Rede Terreiro Contemporâneo de Dança decidiu ampliar suas discussões sobre arte negra. “Ao pensar o Brasil como a maior diáspora negra fora da África, tornou-se para nós muito interessante refletir como a arte nos dá uma forma de entender também uma visão social e política. Então, pensamos em criar um circuito onde pudéssemos discutir esse conceito da dança negra brasileira, e todas as suas raízes e matrizes”, explica o coordenador Rui Moreira.

E esse circuito acabou implicando a interiorização do projeto, que começa hoje, às 11h, em Uberlândia. Até domingo, a cidade recebe uma programação gratuita de espetáculos do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, além de grupos locais, oficinas e palestras.

“Escolhemos Uberlândia porque ela tem um contexto afro muito acentuado, a partir da religiosidade, do congado, e mesmo no contexto das danças negras contemporâneas, com o Balé de Rua da cidade, da Companhia Negra”, justifica o coordenador. Na programação, o município-sede será representado pelos grupos Manos do Hip Hop, que apresenta o espetáculo “Cotidiano no Gueto”, e Wulto’s Cia. de Dança, com “Do Ouro ao Ferro”.

Além deles, o destaque desta edição é “Signos”, da companhia carioca Ruben Barbot, primeiro grupo de dança negra contemporânea do Brasil. A Rui Moreira Cia. de Dança, do próprio idealizador do festival, se apresenta com “Co Ês” e “Definitivo É o Fim”.

Antes de cada apresentação, o Rede oferecerá uma palestra contextualizando para o público o que une os espetáculos. “Por exemplo, o ‘Definitivo É o Fim’ e os Manos do Hip Hop têm em comum a hereditariedade, a forma de transmitir arte através das gerações, e esse tema será discutido pela Edileuza Santos, professora da Universidade Federal da Bahia”, explica Moreira.

A grande novidade desta edição, porém, será uma rodada de negócios, realizada em parceria com o Sebrae, que vai oferecer um encontro entre artistas, gestores e curadores de festivais de dança de todo o país. “Esses programadores vão receber um catálogo de projetos previamente inscritos, de forma que nós tenhamos sempre no Brasil esses conceitos e linguagens da arte negra contemplados”, celebra o coordenador.

Agenda

O quê. 4º Rede Terreiro Contemporâneo de Dança

Onde. Teatro Municipal de Uberlândia – av. Rondon Pacheco, 7070, Uberlândia

Programação completa. centroculturalvirtual.com.br

Entrada gratuita

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.